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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

SOMOS TÃO JOVENS


Já escrevi aqui que tenho resistência em relação a Renato Russo, o líder da banda Legião Urbana. No entanto, sou fã incondicional do cinema brasileiro, motivo que falou mais alto para eu ter conferido o filme Somos Tão Jovens, do diretor Antonio Carlos da Fontoura, lançado nos cinemas em maio deste ano. O filme é protagonizado por Thiago Mendonça, o mesmo que deu vida a Luciano na cinebiografia 2 Filhos de Francisco, sobre a dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano. Assim como tinha incorporado o sertanejo, Mendonça faz o mesmo com Renato Russo, com seus trejeitos. Defende bem as músicas, não necessitando de dubladores na hora de cantar. Laila Zaid interpreta, de forma que me surpreendeu positivamente, a eterna musa de Russo, Ana Cláudia, e Bruno Torres, um ótimo ator de Brasília, é Fê Lemos, integrante da primeira banda liderada por Renato, o Aborto Elétrico, juntamente com seu irmão Flávio Lemos, vivido por Daniel Passi. Sandra Corveloni é D.Carminha, a mãe de Russo, enquanto seu pai, Dr. Renato, é interpretado por Marcos Breda. Para viver a chata da irmão, Carmem Teresa, a insossa atriz Bianca Comparato. Para quem foi ao cinema ver a história da Legião Urbana, teve uma decepção, pois o período narrado no filme é o imediatamente antes da formação da banda, com a efervescência musical em Brasília, focando na banda Aborto Elétrico, da qual se formariam duas grandes bandas do rock nacional em termos de sucesso: Legião Urbana e Capital Inicial. A história se passa, pois, no final dos anos setenta, início dos oitenta, quando o Brasil ainda era governado pelos militares, fato pouco explorado no filme, mas com cenas que indicavam a ditadura que imperava em nosso país. Os elementos clássicos do rock estão presentes no roteiro: sexo, drogas e rock'n roll. A famosa festa Rockonha, quando os jovens que dela participaram foram presos pelas forças policiais por causa da maconha que rolava solta na fazenda onde foi realizada, é um ponto comum com outro filme que também retratou o mesmo período, Faroeste Caboclo. Voltando a Somos Tão Jovens, ele não traz nada de novo para o público que conhece a história de Renato Russo, concentrando-se em mostrar não só a formação da banda, mas a dificuldade de relacionamento que o cantor tinha em casa, na escola e com os integrantes da banda. Isto explica o quão depressivo ele era, fato refletido em suas canções, especialmente depois do terceiro disco da Legião Urbana. Algumas das famosas canções da banda foram compostas quando o cantor ainda estava no Aborto Elétrico. No mais, o filme abusa dos números musicais, o que o torna repetitivo e cansativo.

filme

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