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quarta-feira, 30 de março de 2011

COISAS INUSITADAS

A última terça-feira foi marcada por duas coisas até pouco impensáveis em minha vida:

01) comprei entrada para assistir ao show do Iron Maiden em Brasília - nunca gostei de heavy metal.

02) ganhei um filhote de cachorro e aceitei. Nasceu em 14 de março. Virá para minha casa no final de abril.

O tempo passa e a gente muda conceitos e opiniões... C'est la vie!

terça-feira, 29 de março de 2011

SHAKIRA

Quando anunciaram o show de Shakira em Brasília, fiquei feliz, pois gosto muito dela e seria uma oportunidade para ver um show da cantora colombiana, mas ao ver a data confirmada, vi que seria impossível, pois estaria na Europa, em viagem de férias. "Fica para uma outra oportunidade", pensei. Isto ainda antes de Shakira ser confirmada para uma das noites do Rock in Rio 2011. Acessando o Facebook, quando estava em Paris, vi várias postagens de amigos reportando o cancelamento do show em Brasília por causa do temporal que caiu na capital brasileira na noite do espetáculo. Fiquei torcendo para não ser um simples cancelamento, mas que houvesse uma nova marcação de data. Dito e feito. No domingo, ainda viajando, li em alguma página na internet que o Pop Music Festival em Brasília estava confirmado para a noite de 24 de março, sem duas das atrações inicialmente previstas por incompatibilidade de agendas, mas que a estrela do festival estava garantida. Enfim, eu poderia ver a estrela pop colombiana. Comprei o ingresso por R$ 250,00 (meia entrada) na Central de Ingressos do Brasília Shopping na hora do almoço de quarta-feira, quando também comprei entrada para o show de Seal, com comentários já postados aqui. Duas atrações antecederiam o show principal: os gaúchos do Chimarruts e os americanos do Train. Nenhum dos dois me interessava. Assim, combinei com um amigo que também iria para chegarmos ao estacionamento do Mané Garrincha, local do show, por volta de 20:30 horas, já que tinha a informação que Shakira entraria no palco às 21:00 horas. Quando chegamos, havia uma enorme fila de carros com os motoristas procurando vagas para estacionar. Depois de uma curta espera, conseguimos uma vaga. Fomos em direção à entrada da Pista Premium. Entramos quando a banda Train tocava sua última música. O local já estava bem cheio (li depois que o público foi de 15 mil pessoas na noite). Assim que os músicos americanos saíram do palco, a movimentação para a montagem dos instrumentos para a atração da noite começou. Plásticos que cobriam a passarela que avançava sobre o público foram retirados, o chão foi secado, um corredor no meio da plateia foi formado com alambrados, uma escada foi posicionada ao final do corredor para acesso à passarela, sinal de que Shakira entraria por ali. Muitos dos presentes começaram a se aglomerar para tentar tirar uma foto, passar a mão ou ver a cantora de perto. Estávamos bem perto deste alambrado, onde encontrei um amigo. Mas logo outros amigos enviaram mensagens para irmos para a frente da passarela, onde fiquei em cima da cobertura da fiação de luz, permitindo que eu tivesse uma melhor visão do palco. Com quase uma hora de atraso, Shakira entrou pelo tal corredor, envolta em uma espécie de tule vermelho, cantando "Pienso em Ti". Entrada triunfal, lentamente, sorrindo para o público que tirava fotos e mais fotos. Tudo era mostrado nos três grandes telões que emolduravam o palco. Depois de subir a passarela e caminhar até o fundo do palco, ela retirou a tule vermelha em um só movimento, mostrando seu corpo esguio e bem torneado, com uma roupa bem justa, emendando várias músicas dançantes, sucessos de várias fases de sua carreira, além de um interessante cover para um sucesso do heavy metal, a música "Nothing Else Matters", do Metallica. Como uma camaleoa, ela se transforma ao longo do show: vira cigana, vira uma dançarina egípcia, fala português, canta em espanhol canta em inglês, dança, susurra, faz movimentos sensuais, conquista a plateia. É simplesmente uma diva. Há um energia positiva que invade o espaço. A sinergia entre Shakira, seus músicos, as dançarinas que aparecem do meio para o final do show, e o público é completa. A esta altura, eu e os amigos já tínhamos conseguido pulseira que davam acesso à área Hot Premium, quando ficamos muito próximos do palco, embora a maioria do show tenha acontecido na enorme passarela. Sucessos do atual cd não podiam ficar de fora, como "Sale el Sol" e "Loca", além da sensual e dançante "She Wolf", de seu trabalho anterior. Com uma hora e vinte minutos de show, ela deixa o palco, mas logo volta para o bis, onde explodiu de alegria o estacionamento do Mané Garrincha com mais algumas músicas, finalizando com o sucesso "Waka Waka", famosa quando de sua apresentação no show de abertura da Copa do Mundo da África do Sul em 2010. Na interpretação de "Waka Waka", o público cantou em uníssono o refrão, acompanhando a coreografia que era apresentada no palco por alguns fãs sorteados para participar daquele momento. Uma chuva de papel colorido picado anunciou o final de um belo espetáculo. Agora é esperar pelo Rock in Rio. Quem sabe vou vê-la novamente. Detalhe: desta vez a chuva deu trégua. Ameaçou cair, mas ficou só na ameaça. Noite maravilhosa para um show idem.

domingo, 27 de março de 2011

SEAL


Como já escrevi no post anterior, resolvi ir ao show do Seal no Ginásio Nilson Nelson no próprio dia do show. Comprei entrada para o Camarote Ciroc 2, ao preço de R$ 230,00 a meia entrada. Faço aqui um parênteses. Não sei o que ocorre, mas a grande parte dos shows internacionais em Brasília em 2011 cujos ingressos estão à venda tem preço único, todos eles indicados como meia entrada. Navegando pela internet, notei que shows do Projeto Encantadoras, com cantoras brasileiras, estão com os ingressos também em preço único. Para evitar problemas com os órgãos de controle e de defesa coletiva, há uma infinidade de garantias para todos pagarem meia, além dos tradicionais estudante, idoso e professores. No meu caso, podia escolher o cupom promocional por ser assinante do Correio Braziliense, o cartão Claro Clube por ter conta de banda larga na Claro, ou ainda pagar com Visa ou Mastercard para ter direito à meia entrada. O ingresso do camarote garantia estacionamento reservado, open bar, open food, serviços de cabeleireiro, DJ antes e após o show, além de livre acesso à pista premium, mais próxima do palco. As informações tanto no ingresso quanto na Central de Ingressos do Brasília Shopping era que os portões abririam às 20 horas, com o show começando às 21 horas. Uma colega de trabalho também tinha o mesmo ingresso e ao saber que eu ia, combinamos de irmos juntos. Passei no apartamento onde ela estava por volta de 20 horas. Ao chegar no Ginásio Nilson Nelson, nenhuma placa ou faixa indicava o local do estacionamento reservado. Depois de dar quase uma volta completa ao redor dele, vi uma placa indicando o local. Entramos sem ter que mostrar nossas entradas, pois não havia nenhum controle. Na porta para o camarote, havia pequeno público. Embora mais de 20 horas, a entrada não estava liberada, fato que só ocorreria às 20:30 horas. Não deixei por menos, aproveitando que tinha gente da produção circulando por perto, reclamei da falta de profissionalismo da produção de shows em Brasília em relação a cumprir o que estava escrito. Aproveitei a deixa e disse que não havia nenhum controle ao acesso no estacionamento reservado. O rapaz subiu as escadas correndo, falando alto no rádio para que fosse deslocado um segurança para a entrada do tal estacionamento. Quando a entrada foi liberada, pediram para formar duas filas, uma para mulheres e outra para homens, tendo em vista a revista necessária. Como sempre, tais revistas são totalmente para inglês ver, muito meia boca. Nova fila, vagarosa, para colocar a pulseira que dava acesso livre à pista. As moças contratadas para colocar as pulseiras em nossos braços ainda nem tinham separado as pulseiras, muito mais preocupadas em exibir as roupas que usavam da loja Carola que prometia um sorteio ao final do show mediante o preenchimento de uma pequena ficha. Nesta fila, ganhamos uma camisa vermelha do IESB, também patrocinador do camarote. Mal entravam na área reservada do camarote, as pessoas se dirigiam avidamente ao balcão onde estavam as bebidas (whisky Johnnie Walker Red Label e vodca Ciroc). Quem quisesse água ou refrigerante, tinha que ir até a arquibancada, ainda na área do camarote, para pegar seu copo. Também havia muita mulher arrumando os cabelos ou se maquiando. O DJ estava a postos, com uma música mais calma tocando. Fiquei na arquibancada, local mais arejado, vendo o movimento dos que entravam para os demais setores. O relógio marcou 21 horas e o público era bem pequeno, mas nada de o show começar. Parece que o brasiliense chega atrasado de propósito, sabendo que haverá, no mínimo, um atraso de meia hora. As luzes se apagaram às 21:35 horas, com os músicos entrando no palco cinco minutos depois. Seal entrou, estiloso como sempre, usando um tênis amarelo, uma calça preta, um vestido preto por cima da calça, com um aplique na altura da cintura, parecendo um cinto, com um paletó amarelo. Ao soar sua voz poderosa nos alto falantes do ginásio, vi que seria um belo show. O cantor tem uma energia incrível, com quatro mulheres louras nos instrumentos de sopro e também fazendo backing vocal, o que me fez lembrar sua linda mulher, a modelo alemã Heidi Klum. Quatro músicos completavam a cozinha do show. Seal corria de um lado para o outro, animava o público, que continuava chegando ao ginásio, mesmo com mais de vinte minutos de show. Ao final, vi que um ótimo público compareceu para ver a excelente performance de Seal. No set list não poderia faltar seus maiores sucessos, cantados em plenos pulmões pelos presentes, como "Kiss From A Rose", "Crazy", "Don't Cry", além de canções de seu mais recente álbum, lançado no segundo semestre de 2010, que conheço pouco, mas que gostei muito (acho até que vou comprar o cd). Seal também cantou músicas que fizeram sucesso em outras vozes, como a ótima "I Can't Stand The Rain", cuja interpretação de Tina Turner, em gravação da década de 1980, fez um sucesso estrondoso na época. A gravação de Seal consta do cd "Soul", que adoro. Ele terminou o show às 23 horas, mas voltou para o bis, quando cantou até 23:40 horas, totalizando duas horas de espetáculo. Ainda fiquei na festa do camarote, quando a pista de dança estava bombando, com bebida e comida ainda em abundância, até uma hora da madrugada. Levei minha amiga para casa e voltei para dormir, pois afinal o trabalho me aguardava na manhã de quinta-feira.

ZACKS - GASTRONOMIA EM BRASÍLIA (DF)

Voltei a trabalhar na última terça-feira e agora tenho que me acostumar a almoçar sem os meus dois amigos e colegas de trabalho, fato que fizemos juntos nos últimos oito anos. Eles voltaram para Belo Horizonte. Um deles, em trânsito, passou para me ver na quarta-feira, praticamente na hora de sair para almoçar. Foi a deixa para irmos juntos. Eu tinha que ir ao Brasília Shopping, pois decidi, de última hora, a ir aos shows de Seal, naquele mesmo dia, e no de Shakira, na noite de quinta-feira. Ambos os ingressos estavam sendo vendidos na Central de Ingressos do shopping. Enfrentei duas filas para comprar os ingressos, mas foi tudo muito rápido. Resolvemos almoçar no shopping mesmo, pois eu ainda não conhecia a ampliação da praça de alimentação que ocupou o espaço onde até recentemente funcionavam quatro salas de cinema. A praça estava lotada, com gente com bandeja nas mãos aguardando vagar uma das muitas mesas do local. Não gosto de comer nestes lugares onde se disputa espaço para se sentar. Ainda bem que há restaurantes no shopping com mesas reservadas somente para quem neles entra. Escolhemos a hamburgueria Zacks, muito conhecida no Rio de Janeiro. Esta é a única unidade dela em Brasília. Estava cheia, mas conseguimos uma mesa nos fundos, à esquerda de quem entra. A disposição das mesas parece com a dos restaurantes europeus, quase colocadas uma na outra. Inevitavelmente, participamos das conversas que eventualmente aconteçam nas mesas ao lado de onde estamos. Não é lugar para um papo mais sério ou de negócios. Não era o nosso caso. Rapidamente fomos atendidos. Resolvi escolher uma das especialidades da casa dentre as opções dos chamados Zacks Burgers. Pedi um sanduíche cujo nome homenageia o famoso lutador de boxe norte americano Cassius Clay. O cardápio faz referência a vários ícones americanos, especialmente da década de sessenta, que também inspira a decoração. A escolha do meu amigo foi a mesma. Os sanduíches desta seção do menu vem acompanhados de fritas ou salada verde, além de um molho, entre nove opções. Salada verde e molho mango chutney foram minhas escolhas, com coca cola ligth para beber. Não esperamos muito, afinal era dia útil e hora de almoço, onde, geralmente, todos tem pressa. O sanduíche vem aberto em prato. Além do pão levemente tostado, são dois hamburgeres de picanha, queijo prato, cheddar, cogumelos frescos e tomates. A carne veio em um ponto excelente, muito saborosa. A combinação dos ingredientes foi perfeita. Gostei muito. Finalizamos com um café expresso. Quando saímos, a casa já se esvaziava, perto de 14 horas. Com certeza voltarei, mas em horário mais calmo.

Gastronomia Brasília

sábado, 26 de março de 2011

CONFRARIA VINUS VIVUS - 52ª REUNIÃO

Cheguei de viagem à Europa na última segunda-feira às 05:30 horas no  aeroporto de Brasília. Tinha dormido a maior parte do voo Lisboa-Brasília na classe executiva da TAP. Prefiro a mesma classe da TAM. Como tinha dormido, passei o dia por conta de arrumar as coisas e fazer contas dos gastos da vaigem, aguardando com ansiedade a 52ª reunião da Confraria Vinus Vivus, que ocorreu na mesma noite de segunda-feira. Pensei, devido ao fuso horário e ao jet lag, que não conseguiria aguentar acordado o tempo inteiro da reunião. Engano meu. Não só fiquei toda a degustação com olhos bem abertos, como ficamos proseando até quase uma hora da manhã. Como havia faltado à primeira reunião de 2011, foi desta vez que tive contato com os dois novos confrades, já que tivemos a saída de três confrades nos meses de dezembro de 2010 e de janeiro de 2011. Nesta, mais uma baixa, já que um dos fundadores também se despediu, uma vez que se mudou para Belo Horizonte. Vamos sentir falta de todos, mas a vida segue para frente e os novos que chegam trouxeram novo entusiasmo. Infelizmente, um dos integrantes não pode comparecer na noite cujo tema foi Pinot Noir no Mundo, com degustação às cegas. Como sempre, iniciamos nosso encontro com o Le Nez du Vin, tentando descobrir os aromas que provavelmente encontraríamos nos vinhos da noite. Passamos, em seguida, para a mesa onde quatro vinhos foram apreciados, todos decantados previamente.


Vinho 1:






Ata Rangi


Região: Martinborough, Nova Zelândia
Safra: 2007
Álcool: 14%
Castas: 100% pinot noir.
Estágio: 10 meses em barricas de carvalho.
Cor: rubi brilhante.
Aroma: groselha, framboesa, rosas vermelhas, adocicado, cereja, mexerica.
Boca: acidez na lateral da língua, certo amargor residual, salgado, baunilha (após descansar na taça).
Valor de mercado: R$ 260,00

Já havíamos degustado este vinho na 6ª reunião da confraria, em 27 de setembro de 2006, porém a safra era de 2003. O tema na época era vinhos da Nova Zelândia.


Vinho 2:



Chacra Treinta y Dos

Região: Rio Negro, Patagônia, Argentina
Safra: 2007
Álcool: 12,5%
Castas: 100% pinot noir.
Estágio: 11 meses em barricas de carvalho francês.
Cor: rubi opaco.
Aroma: jambo, mentolado, eucalipto, herbáceo, baunilha, romã, jasmim, floral.
Boca: acidez presente harmoniosamente, elegante.
Valor de mercado: R$ 398,00.
Foi o vinho preferido por dois dos confrades presentes na reunião.

Já havíamos degustado em duas ocasiões nas reuniões da confraria. A primeira, em 24 de novembro de 2008, quando da 29ª reunião, época em que o exemplar da safra de 2005 foi o preferido da noite, cujo tema foi a casta Pinot Noir. A segunda, em 28 de outubro de 2010, por ocasião da 49ª reunião, safra também de 2007, cujo tema da noite foi vinhos da Patagônia, Argentina.

Vinho 3:



Clos de Vougeot Grand Cru

Região: Bordeaux, França
Safra: 2003
Álcool: 13,5%
Castas: 100% pinot noir.
Estágio: 12 a 14 meses em barricas de carvalho francês.
Cor: rubi, com reflexos granada.
Aroma: pimenta do reino, terra, ferrugem, gordura, bacon.
Boca: seca a boca, sutil, acidez presente com elegância.
Valor de mercado: R$ 680,00.
Foi o vinho preferido por quatro dos confrades presentes na reunião, tornando-se o campeão da noite.

Já havíamos degustado este vinho na 12ª reunião da confraria, em 18 de abril de 2007, porém a safra era de 2000. O tema na época era vinhos da casta Pinot Noir.

Vinho 4:

Paul Hobbs Lindsay Estate Vineyard



Região: Russian River Valley, Califórnia, Estados Unidos
Safra: 2006
Álcool: 14,8%
Castas: 100% pinot noir.
Estágio: 10 meses em barricas de carvalho.
Cor: rubi, com reflexos granada.
Aroma: doce, terroso, morango, algodão doce, xarope de hortelã, caramelo.
Boca: adocicado, caramelo.
Valor de mercado: R$ 490,00.
Foi o vinho preferido por dois dos confrades presentes na reunião.

Já havíamos degustado este vinho na 12ª reunião da confraria, em 18 de abril de 2007, porém a safra era de 2000. O tema na época era vinhos da casta Pinot Noir.

Como de costume, nossa eterna anfitriã ofereceu um belíssimo jantar após a degustação: neck de cordeiro assado, acompanhado de couscous nordestino e polenta trufada. De sobremesa, suflê de goiaba com calda de queijo quente. Fechamos com café Nespresso. Ainda teve o vinho que acompanhou o jantar, a seguir relacionado.

Vinho 5 - vinho do jantar:

Prunotto Barbaresco Vila Antinori



Região: Piemonte, Itália
Safra: 2006
Álcool: 13,5%
Castas: 100% nebbiolo.

Valor de mercado: R$ 178,00.

Assim, terminamos mais uma reunião da Confraria Vinus Vivus, tendo marcado a próxima que acontecerá em 25 de abril cujo tema será Castas Incomuns. Provavelmente, teremos novos confrades.


sexta-feira, 25 de março de 2011

VOLTA AO TRABALHO

Esta semana foi dura. Voltei a trabalhar e não tive tempo para nada durante o dia, pois tive que me atualizar de tudo o que ocorreu durante o período em que estive de férias, além de cumprir uma agenda pesada de reuniões e eventos marcados na minha ausência. À noite, fiquei sem tempo de atualizar este blog, pois Brasília esteve repleta de shows internacionais, aos quais compareci. Tentarei atualizar tudo aqui até domingo próximo.

domingo, 20 de março de 2011

FÉRIAS - DIA 23 - DOMINGO - 20/03/2011 - ÚLTIMO DIA NA EUROPA

Domingo lindo em Lisboa. Café da manhã fantástico do Sofitel Lisboa. Resolvemos pegar um metrô, a linha vermelha, também chamada Oriente, para ir até ao Shopping Vasco da Gama. Diferente de Milão, Bruxelas e Paris, o metrô da capital portuguesa é muito limpo, com amplas estações, todas elas bem iluminadas. O shopping estava lotado. Havia muita gente que participou da 21ª Meia Maratona de Lisboa na manhã deste domingo e estava a passear pelo centro de compras. Tive a impressão de que o Vasco da Gama foi ampliado desde a última vez que lá estive. Antes não tinha loja da Fnac e agora tem, onde acabei comprando três dvds. Paramos em uma loja de velas, atraídos pela vitrine. Acabamos comprando algumas peças. Para tirar a má impressão do jantar da noite de sábado, fomos almoçar no restaurante de comida típica portuguesa Serra da Estrela, localizado no segundo piso do shopping. Preferimos ficar em uma mesa interna. Serviço eficiente. Mal sentamos e nossa mesa estava cheia de acepipes portugueses, como queijo Estrela, presunto serrano, pães feitos na casa, entre outras delícias. Ric pediu um bacalhau de natas, enquanto eu fiquei com um arroz de pato. Os pratos vem quentes, muito bem servidos. Nem eu nem Ric conseguimos comer tudo. Não houve espaço para a sobremesa, embora a vitrine de doces portugueses estava tentadora, todos em tamanho GG. Voltamos para o hotel. Já se aproximava do meio da tarde e tínhamos que arrumar as malas, com a preocupação de nenhuma delas pesar mais do que 32 quilos, embora viajando em classe executiva, tenho o direito de despachar dois voulmes de até 32 quilos cada um, além de dois volumes de mão com o peso unitário de até 10 quilos. Deu tempo até para descansar um pouco. Tinha decidido deixar o hotel por volta de 19:30 horas. Assim, um bom banho às 19 horas foi necessário para deixar o corpo mais relaxado para a longa viagem até Brasília. O check out foi rapidíssimo. Pegamos um táxi para o aeroporto, cuja corrida deu 10 euros. O check in da classe executiva da TAP é separado, em um local de fácil acesso. Estava vazio. Foi tão rápido que nem vimos o peso das malas. Em alguns aeroportos da Europa já há uma passagem pelo raio X destinado aos passageiros viajando em executiva. No aeroporto de Lisboa esta linha se chama Green Way. Enquanto havia fila do outro lado, passamos muito rápido pelo controle de segurança. À direita do raio X está o balcão da alfândega onde quem pegou a documentação para devolução dos impostos, o tax free, ao fazer as compras na Europa, deve carimbar os papeis para retirar o dinheiro do imposto em balcão da Global Blue, localizado próximo à alfândega. Havia uma pequena fila para os carimbos porque os funcionários tinham saído para tomar um café (parece familiar!). Mas quando a funcionária voltou, foi um furacão no atendimento, ficando sem fila em menos de dez minutos. Recebi de volta 92 euros da compra do meu iPhone 4 em Paris. Passamos, então no duty free, onde fizemos compras de perfumes e vinhos. Em seguida, nos dirigimos à nova sala vip da TAP, bem grande, com dois pisos, incluindo duchas. Serviço de buffet muito bom, com algumas das especialidades da culinária portuguesa. Estou em um dos vários computadores da sala, atualizando este blog enquanto aguardo o embarque. A decolagem está prevista para 23:30 horas, com chegada em Brasília às 06:10 horas da manhã de segunda-feira, meu último dia de férias, que será destinado ao descanso do corpo para voltar ao batente na terça-feira.

sábado, 19 de março de 2011

FÉRIAS - DIA 22 - SÁBADO - 19/03/2011 - LISBOA

Acordamos cedo, mas não tivemos ânimo para tomar o café da manhã. Já descemos com malas prontos para o check out, que foi muito rápido. Pedimos um táxi para o trajeto hotel Sofitel Paris Arc de Triomphe - Orly Aeroporto, de onde partia nosso voo TAP para Lisboa, em classe executiva. Esperamos cinco minutos apenas para a chegada do táxi. O percurso foi feito em meia hora. Pagamos 36,30 euros já incluído o suplemento pelas duas malas. No aeroporto, tudo foi muito rápido. Chegamos com mais de duas horas de antecedência para a saída de nosso voo, prevista para 12:25 horas. Fizemos o check in, despachamos as bagagens, que foram etiquetadas com a tarja laranja de prioridade, recebemos um voucher para esperar na sala vip, que neste aeroporto de Paris é fora da área de embarque. A Vip Lounge da TAP fica no segundo andar do Hall 1 do aeroporto. Não tinha quase ninguém na ampla sala. Aproveitamos para acessar a internet, comer alguma coisa, ler revistas que ali estavam, até a hora de nos dirigirmos para o embarque, o que fizemos por volta de 11:40 horas. No raio X, fui barrado duas vezes: uma por causa dos líquidos que carregava na bolsa. Foi necessário retirá-los para mostrar ao controle. Depois de liberado, foi a vez da mochila ter problemas. Tive que retirar o celular, a máquina fotográfica e o notebook. Tudo certo. Fomos para o portão de embarque 10 N. Já se formava uma grande fila, mas ficamos sentados aguardando o chamado para o embarque, o que aconteceu às 12:15 horas. Pensei que haveria atraso na decolagem, mas, por incrível que pareça, em dez minutos, a TAP conseguiu colocar todos a bordo (entrada ordenada pela marcação do assento, sendo os primeiros aqueles que estavam mais ao fundo da aeronave), e decolar. As poltronas da classe executiva não se diferem em conforto com as da classe econômica, nem mesmo o grau de inclinação. O diferencial fica por conta do serviço de bordo, muito por, diga-se de passagem. Bebi um espumante português ótimo antes da refeição. O almoço foi um dos melhores que já tive à bordo de um avião. Realmente com sabor. O voo transcorreu sem nenhuma turbulência. Ao aproximarmos de Lisboa, o avião fez um sobrevoo pela foz do Rio Tejo. Como o tempo estava lindo, sem nenhuma nuvem no céu, a vista foi magnífica, especialmente quando pude ver a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerônimos e o Padrão do Descobrimento. Chegamos adiantados em relação ao horário previsto, com desembarque remoto, pegando ônibus. No setor de entrega de bagagens, o painel indicava que as malas sairiam em 35 minutos. Achei estranho. Parecia ser um erro, o que se concretizou, pois em dez minutos as duas primeiras malas surgiram na esteira. Eram as nossas malas. Ao sair, nos dirigimos ao balcão de turismo, onde comprei um voucher para a corrida de táxi por 21 euros até o hotel Sofitel Liberdade (Avenida da Liberdade, 127). Fomos informados que a avenida onde está o hotel poderia estar com o trânsito impedido, uma vez que havia um manifestação por melhores condições de trabalho para a tarde deste sábado. Um simpático motorista nos conduziu até o carro. Como era antes de 15 horas, conseguimos chegar na porta do hotel, onde um mensageiro brasileiro nascido no Paraná nos recebeu entusiasticamente. O check in foi muito rápido. Ao entrar no quarto, um mimo especial nos aguardava como boas vindas. Um prato com pasteis de belém. Comi todos, pois Ric diz que não gosta de doces com muito ovo. O atendimento, o quarto, o mimo de boas vindas foram fatores que afastaram a má impressão que tive do Sofitel em Paris. Voltamos ao padrão que tivemos em Roma. Nosso quarto tem janela para a frente do hotel, ou seja, para a elegante Avenida da Liberdade. Neste momento, estou a ver a passeata que desce a avenida.
Mais um tempo e estava no meio da manifestação. Tirei algumas fotos. Nosso destino era o metrô, cuja entrada em frente ao hotel estava fechada. Tivemos que subir um pouco a avenida para entrar na estação do metrô. Para comprar o bilhete de 24 horas (4,45 euros, sendo 0,50 euros pela emissão do cartão que é recarregável), utilizamos a bilheteria automática, pois não havia ninguém atendendo na bilheteria física. Fomos para a grande loja de departamentos El Corte Inglés, onde fizemos um lanche rápido para enganar a fome na Pans & Company, localizada na entrada do complexo de cinema do local. Com o estômago saciado, era hora de fazer as compras de final de viagem. Comprei um sapato preto muito leve da marca espanhola Camper, uma mala de mão Rimowa, artigo que vinha desejando há algum tempo,  um perfume Bang, lançamento masculino de Marc Jacobs e três vinhos top de Portugal. Na perfumaria, todas as vendedoras eram brasileiras. Voltamos para o hotel, onde deixamos as compras, saindo para dar uma volta nas imediações do hotel, aproveitando que estava uma noite agradável, sem o frio de Paris, com uma super lua cheia a iluminar o céu de Lisboa. Paramos para jantar em um restaurante de 2ª classe (assim mesmo estava escrito no menu do restaurante). Comida horrível. Ric pediu a especialidade da casa, um bacalhau à portuguesa que não conseguiu comer de tão salgado. Chamou o garçom, que nem discutiu quando ele disse que o peixe estava por demais salgado. Ele não quis comer mais nada. Comeu apenas as batatas e brócolis cozidos que acompanhavam meu prato, um cherne grelhado, com um forte cheiro de peixe (odeio peixe que tem cheiro de peixe depois de preparado). Pelo menos, os legumes cozidos estavam sem tempero, ajudando Ric a amenizar o sal que ficou em sua boca. Na hora de pagar a conta, fizeram questão de nos informar que a casa não estava cobrando o bacalhau. Tanto melhor. O local se chama Lota. Voltamos para o hotel a pé, já passando da meia-noite. O quarto estava todo desarrumado. Tentei colocar as coisas em uma mínima ordem, mas desisti, deixando para o domingo, quando as malas devem ficar arrumadas para o retorno à Brasília. Aproveitei a falta de sono para me atualizar com as notícias do Brasil. Também foi tempo para fazer compras de supermercado no Pão de Açúcar Delivery com a opção de entrega dos itens adquiridos na segunda-feira, 21 de março, entre 10 e 14 horas, quando já estaremos em casa. Nada como a modernidade e a tecnologia para nos auxiliar. Chegaremos sem a preocupação de ainda ter que ir ao supermercado. O melhor é que a nossa empregada doméstica volta de férias também na segunda-feira, ou seja, a vida voltará ao normal rapidamente.

sexta-feira, 18 de março de 2011

FÉRIAS - DIA 21 - SEXTA-FEIRA - 18/03/2011 - PARIS, TOUJOURS PARIS.

Chegando o fim da viagem, o corpo não é mais dominado pela mente. Ele venceu de novo. Levantamos, tomamos café da manhã, voltamos para o quarto e dormimos novamente. Desta vez sem nenhum problema. Acho que os transtornos estavam todos na suite junior. Só acordamos perto de 13 horas. O frio voltou a estar presente. Hora de almoçar. De metrô, fomos para o Marais, o descolado bairro de Paris, sempre movimentado. Andamos um pouco por suas ruas sempre cheias de gente, de lojas bacanas e de bistrôs simpáticos. E foi justamente pela simpatia que escolhemos o restaurante para almoçarmos. Passamos em frente ao Jaja - Vins & Cuisine Sympathiques (3, Rue Sainte-Croix de la Bretonnerie) e gostamos. Em 2008, estivemos neste mesmo endereço na nossa primeira noite em Paris, quando um amigo que morava na cidade nos acompanhou. Era o Le 3, que não existe mais, cedendo lugar ao Jaja. Foi o melhor atendimento que tivemos até aqui. A cozinha prima pela qualidade dos produtos orgânicos e as carnes tem procedência garantida com a criação dos animais em sistema biodinâmico. O mesmo vale para os poucos vinhos da carta. Fiquei com a "formule" do dia, ou seja, entrada, prato principal e sobremesa. De entrada, um tartare de salmão (uma maravilha, o melhor prato do menu). Um peixe branco acompanhado de purê de batatas e salada verde foi meu prato principal. Como sempre, o peixe estava bem feito, mas sem nenhum tempero. A sobremesa era um sorbet de cassis com castanhas moídas. Não aguentei comer tudo, pois era muito ácido. Depois do café, fomos passear pelas ruas do Marais, onde vimos gays de mãos dadas, muitas livrarias, muito jovem fumando, judeus ortodoxos com seus indefectíveis chapéus, uma fila enorme para comer falafel em uma rua cheia de pequenos restaurantes que vendem esta iguaria para se comer em pé, na rua mesmo. Andamos até chegarmos à Place des Vosges, que muitos dizem ser a mais bonita de Paris e uma das mais bonitas do mundo (achei a Grand'Place em Bruxelas mais bonita). Todos os prédios construídos ao seu redor, na forma de um quadrado, obedecem o mesmo padrão e coloração. A praça estava cheia de gente sentada nos bancos, aproveitando as horas vagas para conversar ou ler um bom livro. Continuamos nossa caminhada em direção à movimentada e com tráfico intenso Place de la Bastille, onde tiramos algumas fotos da coluna no seu centro com a moderna Opera de la Bastille ao fundo. Dali mesmo, pegamos um metrô de volta para o hotel. Aproveitamos o fim de tarde para arrumarmos as malas. Já o fizemos de modo a não tirar muita coisa delas no um dia e meio que ficaremos em Lisboa. As malas já estão praticamente prontas para o retorno ao Brasil. Perto de 19 horas, saímos novamente, nos surpreendendo com a chuva que caía, como no início da viagem, em Roma. Bem protegidos com casacos e botas impermeáveis fomos embora sem guarda-chuvas até a estação do metrô. A despedida da noite parisiense seria novamente no Marais, como fizemos em 2008, quando jantamos neste bairro. Com chuva mais forte, não deu para andar muito. Passamos em frente a um bistrô que nos chamou atenção. Era o 4e Sens (17, Rue Ecouffes). Entramos e nos anunciamos, pois nenhum funcionário do lugar estava no salão. Rapidamente apareceu uma garçonete perguntando se tínhamos reserva. Como não tínhamos, havia apenas duas mesas disponíveis. Escolhemos uma delas e nos sentamos. Para a noite fria, um vinho tinto francês. Escolhi o menu gourmand da casa, com entrada (um trio de foie gras acompanhado de uma pasta de figo seco e torradas), prato principal (uma espécie de escondidinho de pato desfiado, cuja massa era de batata), sobremesa (pão dormido - uma mistura de pudim de pão com rabanada, maçãs assadas e sorvete de canela), e o café finalizando, que pedimos descafeinado para não atrapalhar nosso sono. Voltamos para a estação de metrô com a chuva mais forte do que quando chegamos no restaurante. Quando descemos na estação mais próxima do hotel, apenas garoava. Hora de colocar o relógio para despertar para levantar cedo neste sábado. Hora de dormir.

FÉRIAS - DIA 20 - QUINTA-FEIRA - 17/03/2011 - PROBLEMAS NO HOTEL

Depois de um merecido descanso no final da tarde de quinta-feira, era hora de um banho relaxante para a saída noturna. Ao entrar no box do banheiro, acionando a torneira da ducha, ela não funcionou. De repente, a ducha começou a jorrar água. Girava a torneira para a direita e para a esquerda (quando a água deveria sair pelo chuveiro) e não acontecia nada. Também não conseguia fechar a torneira. Fui até ao telefone e pedi ajuda. Rapidamente a responsável pela limpeza do quarto apareceu. Quando viu do que se tratava, ela pediu que alguém da manutenção fosse até minha suite. A água continuava a jorrar. Um senhor apareceu, mexeu, mexeu, mexeu e nada conseguiu. Ele soltava algumas palavras incompreensíveis, mas dava para notar que estava xingando aquela instalação hidráulica. Ele me disse que tentaria resolver o problema pelo lado de fora do quarto. Em dois tempos, ele cortou a água de toda a suite. Decidi que não ficaria mais naquele quarto. Fui até a recepção, explicando tudo para a recepcionista. Ela disse que chamaria o gerente da noite, pois só ele podia resolver o que eu queria. O gerente, muito gentil, ouviu o relato da recepcionista. Como eu também escutava, complementava quando achava que deveria fazê-lo. Ele me disse que poderia me dar as chaves do quarto em frente para que pudéssemos usar o banheiro (duchas e pias) e que, após o meio-dia da sexta-feira, me trocaria de suite. Eu não aceitei, dizendo que era muito desconfortável não ter como usar as instalações do próprio quarto onde estava. Acrescentei, ainda, que minha reserva era para um quarto superior, quando do check in, o hotel Sofitel Paris Arc de Triomphe me ofereceu um up grade para a suite; que era a terceira noite que tinha problemas com a tal suite; que queria que o hotel me garantisse o que eu havia reservado; que não me importava em ir para um quarto menor. Ele me perguntou quais os problemas que eu tive. Na primeira noite, o calor do quarto era insuportável, sendo necessário o hotel levar um ventilador, tipo torre, até a suite para amenizar a temperatura ambiente. Na segunda noite, ao pedir duas garrafas de água, pois segundo o novo conceito da rede, não há mini bar nos quartos, com atendimento imediato. Porém, esperei por mais de meia hora para a chegada das águas. E elas só chegaram após eu ligar para a recepção reclamando. E na terceira noite, o problema com a água.Ainda acrescentei que a porta da banheira não fechava (ela agarrava no piso e não deslizava). Ele não argumentou mais nada. Disse que passaria tudo para a gerente de relacionamento com os hóspedes. Então eu falei que já conhecia a gerente, lembrando do problema que tivemos no primeiro café da manhã ali. Ele reforçou que gostaria de me acomodar em outra suite, mas todas estavam ocupadas naquele momento. Eu repeti que me desse as chaves de um quarto superior, conforme reserva. Ele ofereceu ajuda para fazer a mudança, mas disse que não precisava. Assim, subi com as chaves do novo quarto, desta vez no terceiro andar. Eu e Ric rapidamente fizemos a mudança do quinto para o terceiro piso. O quarto é bom, mas bem menor quando comparamos com a suite em que estávamos. Mas alguns detalhes neste novo quarto me agradaram mais: ar condicionado com controle do hóspede, vaso sanitário dentro do banheiro e não em cubículo à parte, existência de mini-bar. Acho que o gerente, ao ouvir os problemas por mim relatados, escolheu um quarto que ainda não entrou no "novo conceito" da rede Sofitel. Arrumamos rapidamente nossas coisas. Já eram 22 horas. A fome deu sinal de vida. Descemos, passei na recepção comunicando que já tínhamos efetuado a mudança. Resolvemos jantar nas imediações do hotel, caminhando até a sempre movimentada Avenue des Champs-Elysées. Ali, descemos em direção contrária ao Arco do Triunfo, entrando em uma das ruas que a cortam, cheia de luminosos de restaurantes com culinária especializada em algum país. Tinha comida chinesa, japonesa, cubana, libanesa, iraniana, marroquina, francesa, italiana. Ric, sempre resistente a novidades, disse que preferia uma massa. Entramos no pequeno, mas movimentado Caffé Italiano (15, Rue Washington), onde uma mulher fazia tudo: gerente, garçonete, arrumava as mesas, cobrava, saudava os que chegavam e dava adeus aos que saíam. Ela falava em francês, em italiano e em inglês. Vi o nome "Patrizia" bordado em seu avental, a chamei pelo nome. Imediatamente ela abriu um sorriu e disse que éramos brasileiros, não só pela forma de ter dito o seu nome, com ênfase na letra "z", mas também pelo fato de tê-la chamado pelo nome. Fomos muito bem atendidos. Acabei ficando no trivial: uma salada caprese e um penne à carbonara, regados por um Chianti Classico. Perto de meia-noite voltamos para o hotel, passando em frente ao Lido, onde havia uma enorme fila para o último show da noite (que estava atrasado). Garoava.

quinta-feira, 17 de março de 2011

FÉRIAS - DIA 20 - QUINTA-FEIRA - 17/03/2011 - QUAI BRANLY

O café da manhã desta quinta-feira foi sem percalços, com tudo funcionando muito bem. Voltamos para o quarto para nos arrumar para nova caminhada por Paris. No entanto, o corpo dominou a mente. Deitei e adormeci, levantando perto de meio-dia. Tínhamos reserva confirmada para o almoço no restaurante Les Ombres (27, Quai Branly - 5eme étage). Fomos de metrô. O clima mudou completamente, com um dia cinzento, com muita neblina e frio. Quando saímos da estação Alma-Marceau, tivemos uma linda vista da Tour Eiffel, dominando a paisagem. Pausa para fotos. Seguimos caminhando até a entrada do restaurante. Ele funciona no quinto e último andar do Musée du Quai Branly. Sua estrutura lembra a da Tour Eiffel, como se fosse uma sombra da famosa torre (a tradução literal do nome do restaurante é justamente "sombras"). Logo na saída do elevador, uma recepcionista pede nossos casacos, cachecol e chapéu (Ric usava o seu), pois a calefação do restaurante não indicava aqueles itens para uso interno. Um sorridente garçom nos atendeu, oferecendo como aperitivo duas taças de champagne Veuve Cliquot Rosé (pagando, obviamente), o que de pronto aceitamos. Ele se esforçava em tentar falar algumas palavras em português conosco, pois havia perguntado no início de onde éramos. Escolhi um vinho tinto da região de Côtes du Rhône para acompanhar o menu do almoço. Antes um amuse bouche foi servido: uma sopa fria de cogumelos com um pedaço de salmão, muito bom, por sinal. Para o menu, escolhi uma terrine de pato como entrada, um medalhão de cordeiro com tomates e batatas como prato principal (sugestão do chef) e de sobremesa, uma torta de framboesa, limão e pistache (outra sugestão do chef). Tudo muito bom, em ambiente agradável, com bela vista tanto da Tour Eiffel quanto do Rio Sena. Do restaurante, fomos direto para a bilheteria do museu onde ele funciona, passando por um belo e cuidado jardim. A entrada custou 8,50 euros com direito a ver o acervo permanente e duas exposições temporárias, além de uma instalação do artista Charles Sandison, chamada "River", em exibição na rampa de acesso à coleção permanente. Trata-se de uma projeção de palavras com movimento no piso da rampa, dando a impressão de água corrente. O acervo do museu conta com uma vasta coleção de objetos das civilizações da África, da Ásia, da Oceania e das Américas, fazendo um painel etnográfico do mundo além da Europa. O museu é ótimo de se andar, moderno, com vários objetos diferentes dando uma ideia do quão rica é a cultura mundial. Tambores africanos, objetos de iniciação masculina, adornos de cabeça, estátuas, vestimentas, máscaras, urnas funerárias, plumagens, totens, entre outros, são os objetos que pude admirar na visita ao museu. As duas exposições temporárias tem relação com o acervo do local. A primeira que vimos foi "L'Orient des Femmes Vu Par Christian Lacroix", na qual o famoso estilista nos mostra vestimentas usadas através dos tempos pelas mulheres do Oriente Médio, com exemplares de túnicas ricas em decoração da Síria, da Palestina e de outras paragens daquela parte do globo. Ao final da exposição, patrocinada pela mulher do presidente, Carla Bruni, um exemplar de um vestido de uma criança encontrada enterrada ao lado de uma mulher com data provável do ano de 1200. A segunda exposição temporária foi armada em cooperação com o Musée du Louvre, chamada "La Fabrique des Images". Trata-se de uma exposição pequena que nos faz refletir sobre a arte e sua capacidade de reproduzir a realidade ou a melhorar. Depois de uma hora e meia visitando o museu, descemos, passando pelo jardim, atravessando o Sena por uma ponte apenas para pedestres. Paramos várias vezes para fotos, inclusive em frente à escultura La Flame, que reproduz, em tamanho real, a chama que a Estátua da Liberdade carrega em Nova York. Abaixo desta escultura fica o túnel onde a Princesa Diana faleceu em acidente de automóvel. Nosso próximo destino era a Tour Montparnasse. Fomos de metrô. O frio aumentava ao longo do dia. Para subir ao 56º andar deste prédio em frente à estação de trens Gare Montparnasse é necessário pagar 4,50 euros cada ingresso. Um elevador automático nos leva ao topo em menos de quarenta segundos, onde temos uma visão de 360º de Paris. No ingresso estava escrito que a visibilidade estava reduzida em vista do templo nublado e com neblina. Mesmo com o horizonte enfumaçado, a vista de Paris de lugar tão alto é maravilhosa. Muitos chineses estavam lá em cima, conversando alto e rindo muito. Paramos no 360 Café, localizado no mesmo piso do mirante, para um lanche rápido. Descemos em elevador automático, retornando para o hotel de metrô. Chegando no quarto, Ric percebeu que esqueceu seu chapéu no meio do caminho, provavelmente no restaurante na hora do almoço. É a segunda  coisa que ele esquece nesta viagem. A primeira foi um cachecol que ele deixou em um dos trens que pegamos nesta viagem. Curiosamente, tanto o cachecol quanto o chapéu, ele comprou em Paris, quando aqui estivemos em 2008. Hora de descansar para a saída noturna.

quarta-feira, 16 de março de 2011

FÉRIAS - DIA 19 - QUARTA-FEIRA - 16/03/2011 - MOULIN ROUGE

Quarta-feira ensolarada em Paris. Acordamos um pouco mais tarde, chegando ao local do café da manhã às 9:15 horas. Embora o hotel tenha muitos quartos, o espaço para o café da manhã é minúsculo, não há nem dez mesas. Obviamente que não havia lugar para sentarmos. Uma simpática recepcionista nos pediu para aguardar na sala ao lado da entrada. Um casal americano chegou logo em seguida e também teve que aguardar. Em dez minutos, algumas pessoas saíram, sinal que uma mesa havia vagado. Mas o tempo foi passando e nada de nos chamarem. A gerente de relacionamento com os clientes veio até nós dizendo que em dois minutos a mesa estaria pronta. Passaram-se mais de cinco minutos quando ela nos chamou, já se desculpando pelo atraso. Comentei que os dois minutos dela eram mais longos do que os meus. Ela riu sem graça, nos acomodando em uma mesa. No buffet não havia nenhum copo, nada de ovos mexidos, nem bacon, nem linguiças (embora eu não queria comer isto, mas é para ilustrar o estado das coisas no café da manhã). Geralmente, nos hoteis da marca Sofitel, um garçom vem à mesa com o cardápio para escolhermos outros itens fora do buffet, além de colocarem um cesto de pães. Não houve nada disto. Procurei manteiga ou equivalente, café, leite ou chocolate quente e também não tinha. Chamei a gerente e fiz a reclamação. Novo pedido de desculpas, com cesto de pães, copo, manteiga, ovos mexidos rapidamente chegando à mesa. Vi que outras pessoas também reclamavam. Ao final, um garçom perguntou se queríamos algo. Respondi apenas que queria finalizar o café. Ao sair, a gerente pediu novas desculpas, dizendo que pelo ocorrido, o hotel não cobraria o café de nós dois desta quarta-feira. Agradeci e fui direto à recepção, pois quando cheguei ao hotel, recebi uma senha para acesso gratuito à internet durante toda a minha estadia, mas a senha expirou em 24 horas. Mais uma vez fui bem recebido, quando me deram nova senha. Perguntei se todos os dias teria que pedir nova senha, obtendo a reposta que o novo número seria válido até o meu check out. Aproveitei para perguntar porque não havia um mini bar na suite. Recebi a resposta que aquela suite fazia parte de um novo conceito do hotel. O hóspede, ao precisar de algo para beber, bastaria ligar para o serviço de quarto que logo levariam o pedido à suite. Voltamos para o quarto, quando chequei meus e-mails. Perto de 11 horas, resolvemos começar nossa programação do dia, indo à pé até o Petit Palais, onde funciona o Musée des Beaus-Arts de la Ville de Paris, com entrada gratuita para ver seu acervo. Era a primeira vez que ia a este museu. Ao entrar, revista obrigatória da bolsa, com necessidade de passar na bilheteria para retirar o ingresso gratuito. O prédio é muito bonito, com um belo jardim de inverno onde haviam cerejeiras brancas e rosas em flor. Vimos todo o acervo, com destaque para os objetos de decoração. Quando terminamos toda a visita (primeiro andar e subsolo), vi que havia uma exposição temporária com a obra de Jean-Louis Forain (1852-1931) chamada "La Comédie Parisienne", cujo ingresso custou 10 euros cada um. Gostei da bem montada exposição, mostrando cada fase deste pintor que não conhecia. Saindo do museu, já perto de 13:00 horas, seguimos a pé até a Place de la Madeleine, vendo as vitrines das lojas de grife que ali se estabeleceram. O nosso destino era a famosa delicatessen Fauchon (30, Place de la Madeleine). Há duas opções para almoçar, uma no subsolo e outra no primeiro piso. Ficamos com a mais bochichada, toda decorada em rosa, preto, branco e prata. Não havia lugar disponível. Pediram-nos para aguardar por cinco minutos. Se quiséssemos, podíamos experimentar os croissants feitos no local, disponíveis em uma mesa na entrada do restaurante chamado Le Café. Nem cinco minutos se passaram e já estávamos sentados. O calor dentro do restaurante era insuportável. Não sei como eles aguentam ficar nestes ambientes fechados com calefação bem quente. Logo fomos atendidos. Escolhi como entrada a salada que leva o nome da delicatessen, com muita rúcula, ovo cozido, peito de peru defumado, queijo e bacons bem sequinhos cortados em fatias bem finas. O prato é bem servido, valendo por uma refeição para quem não está com muita fome. Não era o nosso caso. Pedi também um risoto cremoso com cogumelos frescos e alcachofras grelhadas. Embora os pratos estivessem bem feitos, esperava mais pela fama do local. Não quisemos sobremesa, apenas café expresso e a conta. Ao descer, demos uma volta na loja localizada no térreo, quando vimos delícias indescritíveis, a maioria doces. Continuamos nosso caminho a pé pela cidade, andando até a Opera Garnier, pois tinha dois objetivos para a tarde, ambos concretizados. Comprei um iPhone 4 desbloqueado na Apple Store e meias Achile na Galeries Lafayette (tive sorte, pois toda a loja tinha itens com 30% de desconto, entre eles as meias que gosto). Voltamos para o hotel de metrô, com bilhetes que sobraram da minha última viagem à Paris, em 2008. Ric achou que não valiam mais. Engano dele. Todos os bilhetes estão válidos. No hotel, resolvi ligar a sauna do quarto para descansar um pouco. Perto de 18 horas, batem na porta do quarto. Um mensageiro trazia um envelope com meu nome. Era mais um pedido de desculpas da gerente de relacionamento com clientes pelo ocorrido no café da manhã. Era hora de sairmos novamente. De paletó e sapato social, fomos para a noitada em outra famosa casa parisiense: Moulin Rouge. Comprei pela internet as entradas (150 euros cada uma) para um jantar (menu Can Can) e ver o show Féerie. Fomos de metrô, sem necessidade de fazer baldeação. Quando chegamos, uma pequena fila se formava do lado de fora. Em quinze minutos já estávamos do lado de dentro. Máquinas fotográficas devem ser deixadas na chapelaria, sem nenhum custo, ao contrário de casacos, pois para tais peças serem guardadas, paga-se 2 euros para cada uma. Com o tíquete para pegar a máquina ao final do espetáculo, fomos para outra fila, desta vez para entregar as entradas e saber o local onde estaríamos sentados. Enquanto aguardava minha vez, comprei, por 10 euros, o programa do show. Conferido os ingressos, um garçom nos levou até a mesa. Ficamos na lateral direita em uma mesa coletiva praticamente colocada ao palco. Ric sentou de costas para o local do show ao lado de um senhor gordo, ficando quase esmagado. Em questão de minutos, um outro garçom vem anotar nossa escolha do menu já pago. Preferimos vinho tinto. Eu pedi um ravioli de froie gras em calda de galinha como entrada, um pato com abobrinha e laranja como principal e a sobremesa ópera. Uma garçonete colocou em frente ao casal ao nosso lado esquerdo e em frente ao casal da direita, uma garrafa de água. Nós ficamos sem. Pedi ela uma garrafa. Ela disse que podia me servir de qualquer das duas que estavam em ambos os meus lados. Respondi que não estava com nenhum dos casais apontados por ela e que bebia sozinho uma garrafa daquela, além de ser água de torneira! Ela fez cara de poucos amigos, mas trouxe a garrafa (em francês eles dizem carrafe d'eau e não cobram por ela). A comida foi servida rapidamente. O espaço é grande, para o jantar não havia nem metade dos lugares ocupados, mas ao começar o show, não havia lugar vazio. Às 19:15 horas, as cortinas se abriram, apresentando uma banda de música e um casal de cantores, que iniciaram a noite cantando em português Águas de Março, de Tom Jobim. A segunda música, desta vez só instrumental, também foi de Tom, a bela Wave. Ainda haveria outra música brasileira no repertório, de Ivan Lins, a cantora apresentou Madalena. Embora os cantores anunciassem que a pista de dança estava aberta, ninguém se animou a dançar. As pessoas iam para a pista para serem fotografadas pelas fotógrafas do Moulin Rouge (quem queria saber o motivo pelo qual não se pode entrar com máquina fotográfica, eis um deles, fotos para se vender ao final do show). Quando faltavam quinze minutos para as 21 horas, o palco se mexeu, prolongando-se por cima da pista de dança. Houve um atraso de quinze minutos para começar o show. Uma hora e quarenta e cinco minutos de espetáculo, com altos e baixos. Seios de fora das dançarinas já é uma marca registrada deste tipo de show em Paris. Todas as músicas são dubladas. Há vários números de dança, com coreografias bem bobinhas. As fantasias são algo à parte, com muitas plumas, contas e paetês. Gostei muito de dois números coreografados, o último deles, com todas em fantasias rosas e luzes se ascendendo do esplendor que cada uma carregava e o releitura do can can. O melhor são as esquetes que preenchem o tempo enquanto se muda o cenário do palco. Dois números de malabares muito bons, com o segundo deles com um toque de humor com malabarismos com bolas saindo da boca do artista. O melhor de todos é o interativo número do ventrílogo. Sensacional, especialmente quando entra em cena uma cadela real. Outro destaque, dentro do show, é a piscina que surge vinda debaixo do palco (onde no início era a pista de dança) com quatro cobras dentro. No contexto da história, uma mulher é sacrificada sendo jogada às cobras. Um belo espetáculo visual de dança debaixo da água da artista se enrolando com as cobras. Obviamente que ao final, já com a piscina descendo e sendo coberta pelo palco, a mulher beija uma das cobras. Findo o show, a saída é lenta. O pior é o empurra empurra na chapelaria para pegar os pertences lá deixados. Sofri para pegar a máquina, tendo que empurrar alguns engraçadinhos. Depois dizem que brasileiro é que é fura fila. Todos fazem isto, não importa a nacionalidade, todos querem ser mais espertos do que os outros. Algumas lições tirei deste show: mesmo com todos os problemas que apontei, ele deve ser visto, pois faz parte da cultura da cidade (o mesmo vale para os turistas estrangeiros que vão ao Brasil, pois eles devem assistir a um show de mulatas); quero ver, em outras oportunidades, os demais shows das casas concorrentes do Moulin Rouge (Le Lapin Agile, Lido e Crazy Horse), mas nunca mais compro show + jantar. Vou fazer como a maioria e só comprar o show. Sem o jantar incluído, a possibilidade de sentar mais atrás é maior, facilitando a visão do todo. No nosso caso, tivemos uma visão muito próxima, sem poder ver a atuação do corpo de bailarinos. E o jantar oferecido é ruim. Voltamos de metrô, como grande parte dos que assistiram também ao espetáculo. No hotel, pedi duas garrafas de água, já que o tal novo conceito não permitia ter mini bar no quarto. Passados vinte minutos, reclamei, pois não havia sido entregue a água. A senha da internet expirou, diferente do que a recepcionista me havia falado pela manhã. Nova ligação para a recepção, nova reclamação, nova senha. Em seguida, o próprio funcionário da recepção bateu à porta do quarto, trazendo as duas garrafas grandes de Evian, como eu havia pedido. Ele se desculpou pela demora, sugerindo que eu não deixasse de falar com a gerente na manhã da quinta-feira. Com certeza o farei. Hora de dormir.

terça-feira, 15 de março de 2011

FÉRIAS - DIA 18 - TERÇA-FEIRA - 15/03/2011 - PARIS

Amanheci com muita preguiça, com vontade de ficar na cama, mas tinha que tomar o café da manhã, acabar de arrumar o pouco que faltava da mala, fazer o check out no hotel, pois tínhamos horário marcado para sair de Bruxelas em direção à Paris. O check out foi rápido. Pegamos um táxi na porta do hotel e, em dez minutos, chegamos à Gare du Midi. A corrida ficou em 10 euros, incluindo o suplemento pelo transporte de duas malas. Esperamos em torno de uma hora para embarcar no trem Thalys 9326. Bilhetes de classe Confort 1 (primeira classe), carro 2, assentos 12 e 13. Enquanto subíamos a esteira rolante, vários policiais subiram correndo a esteira que descia. Alguém tinha sido roubado na plataforma e pegaram o ladrão. Entramos no trem. Uma funcionária da companhia, vendo o tamanho da minha bagagem, disse que teria que colocá-la no lugar para grandes malas, ao fundo do vagão. A de Ric coube no compartimento acima de nossos assentos. Coloquei a mala no local indicado. Enquanto o trem esteve parado na estação, com as portas abertas, uma gravação sobre a necessidade de ficar de olho nas malas não parava de ser anunciada pelos auto-falantes do comboio. No horário exato, às 12:13 horas, o trem partiu. Logo na saída, um funcionário passou perguntando quem precisava de um voucher para pegar um táxi em Paris. Pedi um formulário para preencher, que deve ser devolvido com pelo menos uma hora antes da chegada à Gare du Nord. Não é gratuito, pois há um valor entre 11 e 15 euros que se acrescenta ao valor da corrida, mas vale a pena, evitando-se ficar nas enormes filas de táxi que se formam na saída da estação em Paris. Preenchi o formulário e o devolvi ao atendente da empresas Thalys. Na primeira classe, o acesso à internet é gratuito, mediante a inscrição no site da empresa. Fiz esta inscrição rapidamente e comecei a navegar, mas o balanço do trem, a velocidade e o tamanho minúsculo da letra em meu computador me fizeram desistir rapidamente de ficar na internet. Devido à hora, foi servido um almoço com duas opções frias de refeição: salmão defumado e vegetariana. Fiquei com a segunda delas. A viagem dura apenas uma hora e vinte e dois minutos. Funcionários da alfândega belga passaram pelo vagão, mas não questionaram ninguém que ali estava. Chegamos em Paris, na estação Gare du Nord, no horário correto, às 13:35 horas. Ao final da plataforma de desembarque, fica o funcionário da empresa que recebe o voucher do táxi e indica quem é o motorista que nos levará. Um senhor com cara de poucos amigos foi o nosso motorista. O táxi fica estacionado no subsolo da estação, em local exclusivo para os caros reservados. O clima em Paris está mais firme, com sol e pouco frio. Nem precisou usar os dois casacos que tenho usado desde o início da viagem. A corrida ficou em 24,90 euros, já incluído o suplemento da reserva, no caso 11 euros (o valor depende da distância a ser percorrida), além do suplemento pelas duas malas, 1 euro para cada uma. Como o motorista tinha cara amarrada e não ajudou a retirar a mala de seu carro, fiz questão do troco integral, pois paguei com uma nota de 50 euros. No hotel Sofitel Paris Arc de Triomphe (14, Rue Beaujon), o check in foi muito cortês. A atendente começou a falar em inglês, mas como eu respondi em francês, ela passou a falar em sua língua natal. O concierge do hotel que estava de plantão no momento de nossa chegada era português. Assim, enquanto eu acabava os procedimentos do check in, Ric pediu ao concierge a confirmação de uma reserva que temos desde o Brasil no restaurante Spoon, o empreendimento moderno do renomado chef Alain Ducasse. Reserva confirmada para a noite desta terça-feira, às 20:30 horas. Recebi um up grade de quarto, tendo em vista que estou na mais alta categoria do cartão fidelidade da Accor. Tenho o cartão Platinum do A-Club. Deram-nos uma suite junior, recentemente remodelada, segundo informou a recepcionista. A decoração é moderna, com iluminação colorida, dando um aspecto de paz quando apenas as luzes azuis ficam acesas. Também há uma banheira no meio do quarto, um amplo banheiro com sauna interna, cuja temperatura é regulada pelo próprio hóspede. Acesso à internet gratuito. Água, café Nespresso e chá à vontade. O senão fica por conta do vaso sanitário que, seguindo a tradição francesa, está localizado em um cubículo à parte. As luzes de leitura na cabeceira da cama se ascendem com um leve toque em sua base. Como diria meu amigo, um luxo e sofisticação. Amo muito tudo isto! Já que estamos em algo tão chique, porque não começar nossa programação em Paris com uma caminhada sem rumo definido na Avenue des Champs-Elysées, a poucos metros de distância do hotel. Com um sol gostoso, espantando o frio, muitas pessoas lotavam as esplanadas dos cafés localizados nos dois lados desta famosa avenida. Entramos na Fnac, na Sephora, na Louis Vuitton e na Nespresso. Ao passar em frente à Ladurée (75, Avenue des Champs-Elysées), paramos para um café. No meu caso, não podia deixar de experimentar um dos famosos macarons desta casa fundada em 1862. Experimentei o sabor café. Sublime! Voltamos para o hotel, onde recebemos um mimo de boa noite, um mini urso de pelúcia.
Às 20:30 horas, conforme reserva, chegamos ao Spoon (12, Rue Marignan). Fomos a pé, gastando pouco mais do que quinze minutos desde o nosso hotel. Fomos acomodados em uma mesa na lateral. Na verdade, eles só ocuparam as mesas centrais depois que todas as laterais já estavam ocupadas. O restaurante fica em um hotel, cujo nome é o mesmo da rua, e pertence ao chef Alain Ducasse, que nele pratica uma cozinha simples, saudável e natural. É verdade. Todas as opções são, a princípio, muito simples, mas feitas com um toque tão diferente que os pratos são únicos. Um garçom francês que falava português nos atendeu (parece que há uma preocupação crescente das lojas, hoteis e restaurantes de Paris em ter algum funcionário que fale português). Como boas vindas, um conjunto de oito pastas com sabores e texturas de ervas, raízes e vegetais, acompanhados de mini mini panquecas. Pedi um creme de tofu com um peixe cortado bem fino que parecia se mexer no prato (era apenas a interação do peixe seco com o molho fazendo a sua hidratação) e cogumelos frescos levemente grelhados. Em seguida, veio o meu prato principal em uma panela de cerâmica. Um cozido de vegetais e frutas que estava maravilhoso. Estavam cortados em finíssimas lâminas e ao serem cozinhados juntos, não se identificava facilmente o que era o que. A doçura das frutas se misturou ao sabor dos vegetais acrescentados das ervas. Antes da sobremesa, um chá digestivo com limão e gengibre foi servido. Claro que pedi uma sobremesa, seguindo a sugestão do garçom, um cheesecake com calda de geleia de laranja. Superbe! Iniciamos bem a temporada parisiense.

segunda-feira, 14 de março de 2011

FÉRIAS - DIA 17 - SEGUNDA-FEIRA - 14/03/2011 - BRUGGE

A segunda-feira amanheceu nublada, permanecendo assim o dia inteiro. Sem pressa, sem horários rígidos sobre nós, tomamos café tranquilamente ao lado de um mesa onde havia um casal de brasileiros com um filho. Diferente do domingo, o salão do café estava tranquilo, bem vazio. Nossa programação para o dia: viagem a Brugge, a 59 minutos de trem de Bruxelas. Pegamos o metrô na estação Bruxelles-Central, localizada atrás do nosso hotel, fizemos uma conexão para chegar à estação Bruxelles-Midi, de onde partem trens de meia em meia hora para a cidade medieval mais conservada da Europa. A estação é grande, mas logo nos localizamos, caminhando a passos largos para a plataforma 16, pois o trem sairia às 11:05 horas. Embora tenhamos chegado ao local de embarque ainda com o trem de portas abertas, o funcionário da companhia de trens não nos deixou entrar, pois já havia soado o sinal da partida daquela composição. De qualquer forma, ele foi muito simpático, se desculpando pelo ocorrido. Deu tempo de perguntar sobre a necessidade de convalidar o bilhete e quando sairia o próximo trem para Brugge. Ele respondeu que a convalidação se dava dentro do trem e que em vinte minutos um outro seguiria para a cidade medieval, saindo da plataforma em frente, o seja, a de número 15. Aproveitamos o tempo que tínhamos para localizar de onde saem os trens para Paris, facilitando nossa vida para o dia seguinte. Realmente às 11:26 horas um novo trem saiu para Brugge. Trem de dois andares, vazio. Fomos no segundo andar. A viagem foi muito silenciosa. Há apenas uma parada no trajeto. Ela fica em Gent, outra cidade que consta dos guias para ser visitada na Bélgica. No meu caso, ficará para uma outra oportunidade. Às 12:25 horas descemos na estação de Brugge, seguindo a pé em direção ao centro da cidade. De cara, achamos o local muito bonito, muito limpo, mas com placas escritas em holandês não há como entender nada. Eu tinha um mapa pequeno. O melhor foi seguir em direção às altas torres das igrejas góticas da cidade. Dizem que a cidade é impraticável no verão, de tão cheia que fica de turistas, especialmente nos finais de semana. Como estamos no inverno e em uma segunda-feira, onde nenhum museu da cidade abre, nem mesmo as principais igrejas estão abertas, a cidade não estava tão cheia, mas nos deparamos, por mais de uma vez, com turmas de brasileiros com máquinas fotográficas nas mãos, perguntando sobre locais baratos para almoçar na cidade. Seguindo pelas ruas medievais, me senti dentro de uma cidade de brinquedo, daqueles tijolinhos que eu brincava na infância. As casas são iguais à desenhadas nos tais tijolinhos de madeira. Como em todas as cidades por que passamos nesta viagem, Brugge também tem vários locais em reformas. Passamos pela principal rua do comércio local, com muitas lojas de chocolates e de rendas, produto típico da cidade, chegando à principal praça, a Markt, onde outrora funcionava o mercado da cidade. Hoje é dominada por prédios históricos nos quais funcionam lojas ou restaurantes. No centro, um obelisco e muitas charretes. Pode-se conhecer a cidade em uma destas charretes. Preferimos a caminhada. Na mesma praça está uma enorme torre na qual se pode subir os seus 366 degraus para se ter uma vista da cidade, além de ver de perto seus mais de quarenta sinos. Nesta viagem, minha cota de escadaria já se esgotou. Quando estávamos caminhando, vi várias placas em restaurantes informando o horário do almoço - de 12 às 14 horas. Olhei o relógio. 13 horas em ponto. Era hora de escolher onde almoçar. Desta vez, estava entregue à sorte, pois não havia pesquisado nenhum restaurante na cidade. Verificamos na praça onde havia mais gente almoçando. Seguimos para o mais lotado, o Le Panier d'Or (Markt, 28), onde encontramos um garçom muito atencioso, que entendia um pouco de português. Embora estivesse fazendo frio, todos os que entravam preferiam ficar nas mesas do lado de fora. Foi o que também fizemos. Almoçamos na principal praça da cidade vendo o movimento intenso de turistas, de micro-ônibus utilizados para um city tour, de charretes, de bicicletas (como tem bicicleta na cidade!). Fiquei no menu de três pratos na categoria "peixes", pois havia um de carne, escolha de Ric, e outro do dia, o mais barato deles. No menu de peixe, há quatro opções de entrada, quatro de prato quente e três de sobremesa. Escolhi comer os famosos croquetes de camarão da região como entrada (são duas unidades grandes, que chegam à mesa fumegante, com mini camarões enfeitando o prato juntamente com mini rúculas - estavam ótimos), e um bacalhau com creme de ovos e batatas cozidas. O bacalhau era fresco, totalmente sem tempero. Não gostei. Para a sobremesa, escolhi o primeiro sorvete nesta viagem: baunilha com calda quente de chocolate. Terminamos com um expresso regular, servido em uma enorme xícara. Depois do almoço, seguimos para outra praça, bem perto da Markt, local onde a cidade foi fundada. Ela se conecta onde estávamos por uma rua somente para pedestres lotada de lojas de souvenirs. Chegamos em dois minutos (como o garçom nos disse quando perguntei em que direção era a praça) na praça Burg. Nela estão prédios de várias épocas, destacando-se o prédio da prefeitura e duas igrejas, ambas abertas para visitação gratuita e no mesmo edifício. Uma fica em cima e a outra no piso térreo. Subimos as escadas de acesso à Heilig Bloedbasiliek (Basílica do Sangue Sagrado). Nas paredes das escadas alguns cartazes me chamaram a atenção. Eles mandavam ficar atentos pois ali havia a ação de trombadinhas. Entramos numa bela igreja, na verdade uma capela, com decoração com predominância do dourado. No fundo de quem entra, está uma espécie de altar onde fica um sacerdote sentado. Vi pessoas subindo as escadas, parando em frente ao padre, colocando a mão em um vidro, ficando alguns minutos. Procurei saber do que se tratava. Uma placa em várias línguas (não havia em português) indicava que ali era um local sagrado, próprio para meditação e devoção para os que professam a fé católica. Dentro do tal vidro, uma ampola contém o que dizem ser o sangue de Cristo (daí o nome da basílica). Exitei em ir, mas acabei indo. Subi as escadas, mirei o padre nos olhos que, com um balanço de cabeça, me acenou a ampola. Coloquei minhas mãos no vidro e senti uma sensação de paz instantânea. Um filme rápido passou pela minha cabeça. Nem sei o que pensei, só sei que saí do local em alguns minutos bem leve. Ric, por sua vez, não quis subir ao altar. Voltamos à praça, entrando na igreja de baixo, a Capela de São Basílio, construída no século XII, mas com imagens com data anterior à sua fundação, pois vimos uma imagem datada de 1.127. As colunas da igreja parecem aquelas colunas que vemos em castelos medievais. Mais tarde, ao ler sobre a praça, fiquei sabendo que a primeira construção do local foi um castelo. Na diagonal oposta às igrejas que visitamos, uma construção moderna, uma espécie de pavilhão de vidro e ferro, obra do artista Toyo Ito de 2002 para celebrar o ano em que Brugge foi eleita a capital cultural da Europa. Tal pavilhão está situado onde outrora ficava uma catedral totalmente destruída quando da invasão francesa na cidade. Atravessamos a única passagem em arco da praça, chegando à Blinde Ezelstraat (Rua do Burro Cego), onde tivemos o primeiro contato visual com o belo canal que corta a cidade. Ali, descobri que outra maneira de se conhecer parte da cidade é fazer um passeio de barco pelo canal. Um dos pontos de partida fica justamente debaixo da ponte onde vai dar a tal rua do burro cego. Preferimos continuar o passeio a pé. Seguimos uma turma de turistas japoneses, chegando a uma praça onde havia quatro esculturas de homens montados em cavalos. Estas esculturas representam os quatro cavaleiros do Apocalipse. Estávamos diante do museu Memlingmuseum e Sint-Janshospitaal, que não abre às segundas-feiras. Seguimos adiante. Praças, ruas, espaços abertos, pontes sobre o canal foram os pontos por que passamos. Não tendo muito mais a ver, pois muitas das atrações turísticas fecham às segundas, resolvemos voltar a pé para a estação de trens. Paramos algumas vezes para fotos nas margens do canal. Chegamos à estação, conferimos o próximo trem para Bruxelas. Tínhamos em torno de quinze minutos para um café. O trem partiu no horário exato: 16:35 horas. Descemos diretamente na estação Bruxelles-Central, bem próxima de nosso hotel. Eu comprei os bilhetes de trem ainda no Brasil. Eles são entregues sem data e horário, apenas com validade de um mês (no nosso caso, de 14/03 a 13/04/2011). Este foi o motivo pelo qual pudemos escolher os horários tanto para ir quanto para voltar de Brugge. A cidade é muito legal. Quero voltar, com certeza, numa época mais animada, quem sabe até dormir uma noite e fazer os diversos passeios disponíveis para o turista: bicicleta, micro-ônibus, charrete, barco e a pé. Voltamos para o hotel para descansar antes de nossa despedida da fria noite belga. Nesta terça-feira, seguiremos para Paris.
A despedida tinha que ser em uma das praças mais bonitas do mundo, na Grand'Place. À noite ela tem uma iluminação especial, valorizando os detalhes de seus prédios. Noite fria, mas sem chuva. Muitos turistas tiravam fotos na escura praça. Escolhemos um dos restaurantes instalados na praça, o Le Roy d'Espagne (Grand'Place, 1) para nosso jantar de despedida. Estava cheio. O local é muito frequentado por turistas que querem beber as várias cervejas produzidas na Bélgica. A decoração lembra uma taberna antiga, daquelas que a gente vê em filmes da época medieval. Até cavalo empalhado faz parte da decoração, onde a madeira predomina. No centro, uma lareira aquece o ambiente interno. As mesas são coletivas, podendo sentar pessoas estranhas ao seu grupo, basta sobrar espaço. Tivemos a companhia de três alemães na nossa mesa. Pedi, para encerrar a estadia em Bruxelas, um prato chamado Degustação Belga. São três cumbucas contendo algumas das especialidades do país: carne cozida em molho espesso, peito de frango cozido em molho de legumes e almôndega mista de carne de boi e de porco com bastante molho de tomate. Para acompanhar, pedimos um vinho tinto italiano, um Montepulciano. Os garçons descem e sobrem as escadas em ritmo frenético, mostrando o movimento da casa. O garçom que nos serviu disse que o país mais bonito do mundo, em sua opinião, era o Brasil e que era doido para passar um carnaval no Rio de Janeiro. Ele está juntando dinheiro para fazer esta viagem. Incentivemos este seu desejo. Ele foi muito simpático o tempo inteiro. Ao sair, demos uma volta nas ruas em torno da praça, apreciando as lindas vitrines das lojas de chocolates, já enfeitadas para a Páscoa que se aproxima. E a viagem continua. Nesta terça-feira, seguiremos em trem rápido para a França. Destino: Paris, onde a proposta é um roteiro mais brando.