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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

CENA CONTEMPORÂNEA - DIA 10

Revigorado pela grande noite de sono, mesmo dando aula o dia inteiro, estava bem disposto no início da noite desta quinta-feira para continuar a maratona de peças do festival Cena Contemporânea. Ao final da aula, fui direto para o CCBB onde fiz uma lanche rápido no Bistrô Bom Demais. Três peças estavam em cartaz, entre elas Memória da Cana, espetáculo do grupo paulista Os Fofos Encenam, cujo ingresso paguei R$ 16,00. Montada em tenda armada no gramado do CCBB, o visual do cenário é impactante, com pés de cana ao redor de todo o ambiente. É uma fazenda nordestina onde se passa a história adaptada e dirigida por Newton Moreno a partir da obra clássica de Nelson Rodrigues, Álbum de Família. Os atores da companhia, Carlos Ataíde, Kátia Daher, Luciana Lyra, Paulo de Pontes, Marcelo Andrade e Viviane Madureira, estão bem sintonizadas, mostrando um belo trabalho de grupo. O público fica em arquibancadas em duas laterais de frente para uma grande mesa ao centro. Cada cômodo da casa é separado com paredes feitas com uma tela plástica (derrubada ao longo do espetáculo). No início, cada cômodo tem uma encenação. Assim, consegui ver apenas a encenação do primeiro cômodo da casa, onde está Ruth, a irmã apaixonada pelo cunhado. O enredo é conhecido: incesto em uma família, onde pai gosta da filha que também é a fonte de desejos do irmão que se castra e entra no seminário para evitá-la. Já a mãe é amada por um dos filhos, mas tem como amante outro filho, que se tornou louco e fica vagando do lado de fora da casa. É uma tragédia atrás da outra. Os efeitos cênicos são visualmente interessantes, especialmente na troca de cenário, quando a iluminação passa a ser feita por meio de luz de velas. Fiquei incomodado com o barulho ao final da peça, mas sei que ele fazia parte do clímax que se queria alcançar (e alcançou). Meu único senão fica por conta da acústica do lugar, pois em alguns diálogos (todos carregados com sotaque nordestino) a compreensão de frases tornava-se quase impossível. Ao sair da peça, conversei com dois amigos que sempre estão nas mesmas peças que eu e eles tiveram a mesma e única reclamação. Gostei médio.

2 comentários:

  1. Vixe Noel, agora a gente discordou.
    Acho o cenário impactante, e quando entramos no teatro o cheiro de cana já dá o tom.
    Mas não gosto do espetáculo não.
    Acho, inclusive, a metade dos atores muito ruim - só gosto da que faz a cunhada, o pai e o filho que vem do seminário.
    Aquela gritaria final então é de uma chatice sem tamanho.
    Decepção total - fora com o cenário, que volto a dizer, é deslumbrante.
    Bjs

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  2. Pek,

    Em meio a tantas peças que não tenho gostado, achei Memória da Cana muito boa. Não discordo de você com relação ao elenco, pois realmente há gente ruim, destaquei apenas que os atores estão em uma boa sintonia, destacando o trabalho de grupo. Individualmente, há altos e baixos.

    Bjs.

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