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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

VEGETARIANOS

Em 01º de outubro é comemorado o dia mundial do vegetarianismo. Ultimamente, os restaurantes de Brasília tem tido a preocupação de também oferecer, em seus cardápios, opções vegetarianas. Aumenta-se, assim, oportunidades para os adeptos desta gastronomia. Hoje, os que seguem esta filosofia de vida não precisam ir apenas aos locais com cardápios exclusivamente sem carnes e congêneres.
Pode-se constatar esta tendência em cardápios de restaurantes e lanchonetes na cidade, como Marvin, Marietta Café (colocou recentemente em seu buffet de almoço opções diárias de pratos com proteína de soja e arroz integral), Genaro Jazz Burger Café (vai oferecer desconto nos pedidos de seu sanduíche vegetariano para comemorar a data nos sete primeiros dias de outubro), Submore, Nippon, entre outros.
Não sou vegetariano, mas tenho irmão e cunhada que seguem esta linha, além de amigos. Estas opções em restaurantes não especializados na culinária vegetariana proporcionam que um grupo de amigos ou parentes se reúna no mesmo local e desfrutem do prato que lhes dê mais prazer.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

TANOOR

Depois de muito tempo, resolvi almoçar neste último domingo no restaurante de comida árabe Tanoor (SHN Quadra 4, Bloco A, Torre Palace Hotel). Domingo é dia de buffet especial no almoço, com cordeiro assado e preço mais salgado do que nos demais dias da semana (R$53,90 por pessoa). Estranhei o restaurante vazio, pois sempre havia bom movimento nas vezes em que almocei por lá. Praticamente todos os garçons eram novatos e o serviço piorou muito. O diferencial da casa é o rodízio de quitutes árabes: esfihas fechadas, abertas, de massa folhada, esfiha de coalhada, quibe frito, quibe recheado, kafta. Nas vezes anteriores, sempre havia garçons passando nas mesas oferecendo tais salgados, sem mesmo precisar de solicitarmos. Neste domingo foi diferente, sentamos e ficamos à espera e nada. Tive que perguntar quando o quibe passaria. Havia apenas quatro mesas ocupadas. Ainda assim, o garçon passou primeiramente com uma bandeja sem o quibe frito, mesmo sabendo ser esta a preferência da nossa mesa. E quando o quibe veio, a decepção. Estava com gosto de trigo velho, de trigo guardado. A esfiha de massa folhada aberta estava murcha. No buffet de frios, não havia tabule, mas a pasta de grão de bico estava deliciosa. O mesmo valia para a coalhada seca (a melhor de Brasília, com certeza). Já nas opções de pratos quentes, fiquei receoso de colocar o quibe assado, mas não resisti e provei um. Estava bom, sem o gosto do quibe frito. O arroz com lentilhas e cebolas queimadas por cima continua sendo muito bem preparado. O charuto de couve também estava gostoso. Pedi um café expresso para terminar que estava intragável. Conclui que é melhor frequentar a outra casa da família, também de especialidade árabe, o Zahle, com serviço eficiente e um buffet mais sortido, incluindo falafel, iguaria que nunca esteve disponível no Tanoor.

domingo, 27 de setembro de 2009

CASUARINA


O antigo Espaço Brasil Telecom reabriu neste mês de setembro, rebatizado como Teatro Brasília (SHTN Trecho 1, Conjunto 1B, Bloco C - Royal Tulip Brasília Alvorada Hotel). Fui conferir o show do conjunto Casuarina (R$40,00 a inteira). Surgido no bairro da Lapa, Rio de Janeiro, o conjunto é formado por jovens músicos que interpretam sambas compostos por várias gerações, além das composições próprias. São cinco integrantes que se juntam a mais quatro músicos para este show de lançamento do cd e dvd da série MTV Apresenta. Tenho os dois discos de estúdio deles, comprados depois que assisti a um show que fizeram no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, quando houve a participação especial de Elza Soares.
Em Brasília, o teatro não estava cheio. Cerca de um terço estava ocupado. Uma pena, pois o show foi muito bom. Espirituosos, interpretam canções com arranjos diferentes para músicas gravadas/compostas por Martinho da Vila (Disritmia), Paulinho da Viola (Pecado Capital), Roberto Silva (Jornal da Morte), Canto de Ossanha (Baden Powell e Vinícius de Moraes), entre muitas outras. Logo na apresentação, João Cavalcanti, um dos vocalistas, agradece aos presentes dizendo que quem quisesse dançar podia ficar à vontade, usando as laterais vazias do teatro. Na primeira música ninguém se animou, mas na medida em que o show evoluia, mais e mais pessoas ficavam de pé sambando. O show terminou com praticamente todos de pé, numa grande exaltação ao samba e ao Brasil. Na saída, vendiam o cd e o dvd recém lançados e a fila para comprar e depois conseguir um autógrafo se formou logo. Como já tinha o cd, não esperei e fui embora, pois a fome já dava sinais de vida.

sábado, 26 de setembro de 2009

EL PASO LATINO - I FESTIVAL DE CEVICES

O restaurante El Paso Latino (SCLS 404, Bloco C, loja 23, Asa Sul) está com seu primeiro festival de cevices, que acontece de 25 de setembro a 04 de outubro de 2009. Fui conferir. Além dos cevices que constam no cardápio da casa, o chef David Lechtig preparou uma seleção especial de combinações desta iguaria peruana. Por um preço fixo, escolhe-se três opções do cardápio. Experimentei três sabores do cardápio desenvolvido especialmente para o festival. Um com polvo, um com robalo e outro com atum. Os três estavam muito saborosos e dá vontade de pedir mais. Destaco o de atum. Não é meu peixe predileto, com certeza, mas o cevice deste peixe ficou simplesmente fantástico. O atum casou perfeitamente com o molho de soja e geleia de pimenta, com o abacate e o pedaço de jalapeño. Ainda voltarei para conferir novos sabores antes do término do festival, mas pedirei novamente o de atum. Já grudou em minha memória gastronômica. Espero que este festival se fixe no calendário anual da casa e que o de atum integre o cardápio definitivo do restaurante.

TRIBUTO A JK


Já no bojo das comemorações pelos cinquenta anos de Brasília que serão completados em 21 de abril de 2010, há uma exposição multimídia gratuita montada no Conjunto Cultural da República sobre Juscelino Kubitschek, em cartaz até o próximo dia 30 de setembro. A abertura do evento foi nesta sexta-feira, 25/09/2009, com o nome Tributo a JK. Shows musicais fazem parte da programação oficial nos dias 25 e 26/09. Resolvi conferir os dois shows desta sexta-feira. A exposição ainda vou conferir durante esta semana.
Palco grande montado ao lado do Museu Nacional e um camarote para os convidados dos patrocinadores e apoiadores. Para o público em geral, muitas cadeiras de plástico. Isto está ficando comum em shows gratuitos na área do museu. Fator positivo, pois muitos podem assistir aos shows sentados, permitindo que idosos também tenham acesso aos espetáculos. Cheguei no momento em que um texto sobre JK estava sendo lido pela apresentadora e a Orquestra Sinfônica de Brasília, conduzida pela maestro Ira Levin, já estava a postos. O primeiro show contou com um grande público que ocupou todas as muitas cadeiras brancas e outros tantos de pé. Consegui sentar em um local privilegiado, no centro, bem de frente ao palco, na quinta fileira. O show da orquestra durou cinquenta minutos. O conjunto fez uma homenagem a JK executando a indefectível Peixe Vivo. Também fizeram parte do programa músicas de Luiz Gonzaga, Heitor Villa-Lobos, Cláudio Santoro (o fundador da orquestra), Tom Jobim, Sivuca, entre outros. Repertório eclético e brasileiro. O público apaudia com entusiasmo ao final de cada música. Na plateia, pessoas de todas as idades. Havia um casal próximo ao local em que eu estava com um carrinho com um bebê, que dormia alheio ao que acontecia a sua volta. Ao meu lado, duas mulheres que não pararam um minuto de conversar sobre os respectivos namorados. Fiquei incomodado e perguntei a elas se estavam ali para ver o show ou para botar a conversa em dia. Elas fecharam a cara e saíram. Acabei de ver a apresentação da orquestra mais tranquilo. O show foi bonito, sem grandes firulas. A retirada da parafernália da orquestra foi rápida. Amontoaram tudo ao fundo e o palco girou, quando apareceu um outro praticamente montado para o último show da noite. A apresentadora voltou, falou mais um texto sobre JK e apresentou o próximo show, fazendo uma ligação dos cinquenta anos de Brasília com a bossa nova. Chamou, então, Fernanda Takai e banda para dar início ao espetáculo. Acompanho a carreira de Fernanda há muitos anos, desde os primeiros shows do Pato Fu no bar Paco Pigale, quando este funcionava em um casarão na Rua Bernardo Guimarães, em Belo Horizonte. E ela só evoluiu. O show atual, ainda calcado no repertório de Nara Leão, está lindo. Fernanda tem presença de palco, é simples e domina a plateia. Canta de forma suave as músicas que fizeram sucesso nas décadas de sessenta e setenta. Os arranjos de todas as músicas as trouxeram para um público jovem, com uma linguagem pop, sem, contudo, afastar os fãs de Nara. Ela ainda consegue inserir músicas tão inesperadas para a bossa nova e ter harmonia, como Ben (Michael Jackson), Sinhá Pureza (sucesso na voz de Eliana Pitman), Rehab (Amy Winehouse), Seja O Meu Céu (Robertinho do Recife e Capinam), There Must Be An Angel (Eurithmics), Ordinary World (Duran Duran) e uma de sua lavra, 5 Discos, nunca gravada pelo Pato Fu. Antes de iniciar a música Você Já Me Esqueceu, gravada por Roberto Carlos em 1962, reclama que não foi selecionada para o time de cantoras que homenageou o cantor em seus 50 anos de carreira. Bem humorada, disse que espera ser convidada para os 60 anos de carreira do rei, mas que também participava de uma festa de 50 anos, a de Brasília. Nos intervalos entre uma música e outra, jovens na plateia insistiam em gritar músicas do repertório do Pato Fu. Elegante, ela disse que não se tratava de show de sua banda, mas que havia muitas músicas legais no show. Já no meio da apresentação, ela reclama que o público foi colocado distante do palco. Foi a senha para todos que estavam sentados nas primeiras filas (inclusive eu) carregassem suas cadeiras até a cerca que impedia o acesso ao pé do palco. Ela agradeceu respondendo que o show tinha ficado mais aconchegante. Já no bis, coloca o público para dançar o carimbó de Pinduca (Sinhá Pureza). O show termina perto de meia noite e a apresentadora convida a todos para a noite de sábado, quando a programação inclui Helen Oléria, Roberto Correa e Milton Nascimento. É um pedacinho de Minas no coração de Brasília.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

PONTO DE ÔNIBUS EM BRASÍLIA

Em Brasília, os pontos de ônibus tem o singelo nome de parada. E há paradas desenhadas por ninguém menos do que Oscar Niemeyer. De uns tempos para cá, estão modernizando tais paradas, utilizando modelos em vidro, semelhantes aos que existem em Belo Horizonte, São Paulo e Curitiba. Mas ainda restam muitas das desenhadas pelo arquiteto onipresente na cidade. E algumas delas, ao longo da W3 Norte, possuem estantes de aço com vários livros e revistas. Iniciativa do proprietário de um açougue. Curioso, pois um açougue é um ponto cultural na Asa Norte, com noite dedicada às artes uma vez por mês, com todas as atrações gratuitas. Nomes consagrados da música brasileira já se apresentaram nestas noites culturais. No mesmo açougue, foi montada uma vasta biblioteca (eu mesmo já doei livros para ela) com empréstimos gratuitos de livros e revistas para a comunidade. E foi do proprietário do açougue a ideia de transformar as paradas de ônibus em espaços de difusão da leitura. Enquanto espera o ônibus, o cidadão pode ler uma revista ou pegar um livro. O mais incrível é que as pessoas levam o livro para casa e quando terminam de ler, devolvem-no para uma das estantes espalhadas pelos diversos pontos de ônibus ao longo da avenida. Há reposição de livros e troca de títulos entre as paradas, tudo feito pelo proprietário do açougue. Super interessante esta ideia. Resolvi escreviersobre esta iniciativa porque hoje vi uma nova manifestação cultural e de relaxamento em uma parada de ônibus, desta vez na L2 Norte. Um grande laboratório da cidade adotou uma parada, colocando cortinas, cadeira de massagem com massagista e um músico tocando violão interpretando canções nacionais. Não parei para saber se cobram pela massagem e outros detalhes, mas ao passar de carro, notei que a parada tinha um diferencial e que as pessoas que esperavam o ônibus estavam com sorrisos largos, demonstrando contentamento com a iniciativa. Gostei do que vi, mesmo sabendo que nesta segunda iniciativa há clara propaganda para o laboratório.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

OBRAS

Segundo dia de aplicação com as benditas agulhas da acupuntura. Diria que as dores musculares na região lombar já melhoraram quase 80%. Farei mais quatro aplicações.
No trabalho, fiquei sem sala, pois teve início as reformas. Minha sala foi a primeira da lista. Não ganhei nenhum espaço, apenas houve alteração de lugar, com movimentação das divisórias e armários. Isto sem contar com mudanças nas instalações elétricas, de rede e de telefonia. A promessa era acabar hoje mesmo, mas obviamente que não foi cumprida. Aproveitei para dispensar a montagem dos armários. Não quero nenhum armário em minha sala. Quanto mais prateleiras, mas papeis guardamos, para nunca mais voltarmos a ver, muito menos usar. Tenho uma amiga que diz que quando guardamos qualquer coisa, seja roupa, acessórios, documentos, livros, entre outros objetos, por mais de doze meses sem utilizarmos, a probabilidade de nunca mais usarmos é de quase cem por cento. Estou adotando esta máxima como filosofia de vida. Ajuda a desenvolver o desapego aos bens materiais.
E a noite foi a vez de reunião da Confraria Vinus Vivus, com degustação de excelentes vinhos tintos do Napa Valley, Califórnia, Estados Unidos. Fechamos com um belíssimo cordeiro assado, escoltado com batatas, também assadas, com alecrim e sal grosso, arroz de brócolis e farofa. De sobremesa, banana assada com calda de maracujá. Parabéns à anfitriã que sempre nos recebe tão bem.

MÚSICA QUE OUÇO XIII


DICA DE PEK. ADOREI. VOZ SUAVE. ÓTIMA PEDIDA. NÃO SAI DO PLAYER DO MEU CARRO

terça-feira, 22 de setembro de 2009

ACUPUNTURA

Nada melhor para dores musculares nas costas do que acupuntura. E foi o que comecei a fazer hoje. Serão seis aplicações, três vezes nesta semana e três na próxima. De acordo com o médico, viajarei zero bala. De sobra, ele diagnosticou um stress básico. Nada como férias de vinte dias pela frente para esquecer a rotina de trabalho. Quando voltar, tratarei de cuidar mais do corpo e da mente. Já comprei o livro "Aprenda a Correr em 16 Semanas" e pretendo fazer pilates duas vezes por semana. São planos e espero que vinguem.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

COLEÇÕES

Hoje pela manhã, enquanto esperava a enxaqueca passar, fiquei pensando o quanto gosto de colecionar coisas. É assim desde que me entendo por gente. Embora sempre colecionei objetos, nunca me matei por causa da coleção e nem a coloquei como um fator primordial em minha vida. Muitas coisas colecionei e quando cansei, doei a minha coleção inteira, seja para parentes ou amigos. Algumas vezes, desfiz da coleção, repartindo os objetos para mais de uma pessoa. Ainda hoje tenho coleções e tenho a certeza que sempre terei. Fiz um exercício de memória, tentando resgatar tudo que já colecionei, conforme lista a seguir:
01) Chaveiro - cheguei a ter mais de mil chaveiros, mas cansei e dei tudo para os colegas de natação, quando era adolescente.
02) Tampinhas de garrafas - joguei tudo fora.
03) Caixas de fósforos - foram duas vezes, uma com qualquer caixa e quando fiquei enjoado, meu pai ficou com elas, pois ele fuma. A segunda vez eram somente caixas de fósforos de hoteis e restaurantes e recentemente doei todas as caixas para um colega de serviço que também faz a mesma coleção.
04) Porta copos de bares (bolachas de papelão) - mesmo não bebendo cerveja, colecionei este objeto e preguei tudo no guarda roupa de minha casa em Belo Horizonte. Hoje, depois de uma reforma no apartamento, a coleção não existe mais.
05) Adesivos - cheguei a ter mais de 1.500 adesivos de tudo quanto é forma e objetivo (políticos, propagandas, institucionais etc).
06) Etiquetas de lojas - coleção em conjunto com meus irmãos. Entrávamos em todas as lojas em nossos caminhos para pedir uma etiqueta. Sempre éramos atendidos. Todas eram coladas em um caderno. Não sei o destino que teve o tal caderno.
07) Latas de cervejas cheias - coleção que durou pouco. Cansei logo e dei as latas para os amigos cervejeiros.
08) Figurinhas - fiz vários álbuns de figurinhas. Quando os completava, jogava fora o álbum nos momentos de limpeza de armários que fazemos de tempos em tempos.
09) Revistas - várias e várias revistas, algumas com todos os números desde o primeiro deles: revistas de esportes, de futebol, de decoração, de gastronomia, de entretenimento, de música, de turismo, de cinema, de comportamento, de política. Cito algumas: Viagem & Turismo, Próxima Viagem, Set, Bizz, Placar, VIP, IstoÉ, Época, Veja, Bravo!, Sui Generis, entre tantas outras. Hoje não tenho assinatura de nenhuma revista, mas continuo comprando mensalmente alguns títulos, como a Viagem & Turismo e a Set. Em quadrinhos, somente Batman, que compro até hoje.
10) Bonecos de plástico - personagens de quadrinhos, filmes e desenhos animados, com predileção para o universo Batman - coleção desfeita recentemente. Dividi toda a coleção em três partes e dei para três felizes crianças. Fiquei apenas com três bonecos do Batman e alguns poucos bonecos que gosto muito.
11) Gravatas - quando trabalhava diariamente de terno e gravata, cheguei a ter mais de cem. Várias já foram doadas. Hoje não trabalho mais com este "uniforme", motivo pelo qual não compro mais gravatas.
12) Bonés - tive vários e recentemente doei todos, ficando apenas com dois. Uso os dois com frequência.
13) Times de futebol de botão - foi uma febre na rua em que morava quando tinha 11 anos. Tive uma dezena de times e fazia campeonatos com os vizinhos. Não sobrou nada para contar história.
14) Discos de vinil - como adoro música, sempre reservava uma parte do salário mensal para comprar LP. Quando surgiu o CD, fui trocando paulatinamente os discos. No momento em que deixei de ter um toca discos, doei a minha coleção para Ric.
15) Discos em CD - continuo a comprar CD, sempre originais. Já não tenho espaço para guardar todos (são mais de 1.500 títulos). No final do ano passado, digitalizei todos os cds no formato MP3 e arquivei em meu iPod. Fiz back up das músicas em um HD externo e em um notebook. Penso em fazer um bazar para vender ou doar meus cds.
16) Filmes em DVD - desde que lançaram o DVD, venho adquirindo títulos, sempre originais. Não gostava de comprar VHS por causa do trabalho que dava para mantê-los, rebobinando de tempos em tempos para não estragar as fitas. Hoje, a falta de espaço é o maior dificultador. Tenho 2.329 títulos. Dentro desta coleção, há subcoleções: filmes brasileiros (tenho praticamente tudo que está disponível neste formato), filmes dos meus diretores estrangeiros prediletos, filmes ganhadores do Oscar, filmes de terror, entre outros.
17) Livros - este é um capítulo à parte, pois já doei quase dois mil livros (entre ficção e jurídicos) para bibliotecas em Belo Horizonte quando me mudei para Brasília. Já em Brasília, não deixo acumular muitos títulos em casa pela falta de espaço. Sempre passo os livros para frente, pois acredito na máxima que um livro deve circular bastante.
18) Guias de turismo - continuo a colecionar. Tenho mais de cem guias, alguns já vencidos.
19) Pins - continuo a colecionar. Sem stress. Ultimamente a coleção só aumenta quando algum amigo me dá um de presente de uma viagem ao exterior. Coloco os pins sempre à vista, em um quadro de cortiça que mantenho em uma das paredes de casa.

ENXAQUECA

Talvez o abafamento de ontem que estava sentido tenha sido um prenúncio da enxaqueca que chegou na madrugada. Horrível. Sensibilidade total à luz. Sem condições de trabalho na parte da manhã. Apenas olhos fechados e a espera da dor passar. Depois de almoçar, de óculos escuros dentro de casa, me sinto melhor e resolvo ir trabalhar, mesmo com um resto de dor de cabeça.

domingo, 20 de setembro de 2009

ENCHI

Cansei de tudo. Estou com aquela sensação de pare o mundo que eu quero descer. Enchi.

sábado, 19 de setembro de 2009

YOUR'S


Já que estava com muita fome ao final do espetáculo do Tanghetto, eu e Ric fomos jantar no Your's (SHIS CL Quadra 11, Bloco I, lojas 40/46, Lago Sul), um dos vários restaurantes do chef Dudu Camargo. Havia mesa disponível quando chegamos e logo pedimos uma entrada de bolinhos de arroz que, regados com azeite, estavam deliciosos. De prato principal, pedi um filé Torre Eiffel, ou seja, um filé coberto com queijo brie, escoltado com mel e arroz com amêndoas. A combinação de mel e filé não ficou boa. Preferi deixar o mel de lado e comer a carne com o queijo, que vem levemente grelhado. O filé estava bem feito, no ponto certo, como solicitei. O arroz estava sem têmpero, ficando insosso. De sobremesa, pedi um creme brulé. Ainda vou descobrir um restaurante em Brasília que faça um bom creme. Continuo a minha busca, pois achei o do restaurante sem doce nenhum. O serviço do restaurante é ótimo e o maitre veio à mesa perguntar sobre nossos pedidos e se desculpar pelo erro no pedido de Ric, pois ele pediu uma cerveja Bohemia e serviram uma Bavária. Embora o garçon identificasse o erro, Ric não quis trocar a garrafa.

TANGHETTO


E chega o final de semana e minha agenda cultural se preenche. Sexta-feira foi dia de conferir um novo projeto que está em cartaz no CCBB (SCES Trecho 02, Conjunto 22): Ponte Aérea Portenha Eletrotango. Serão quatro finais de semana, cada um trazendo uma banda argentina que mistura o tango com elementos da música eletrônica. O primeiro final de semana (com apresentações sexta e sábado) trouxe a banda Tanghetto. O teatro, como sempre, estava completo. Vi vários conhecidos e, por coincidência, duas amigas se sentaram ao meu lado e de Ric. O show é curto, com cinco músicos desfilando seu repertório e algumas releituras (New Order e Astor Piazzolla), todas instrumentais e com projeção de imagens e clips ao fundo do palco. O destaque é, como não podia deixar de sê-lo, o bandoneon, mas há também solos de violoncelo que empolgaram a plateia. O responsável pelo violoncelo é um jovem oriental, a julgar pelo nome, de origem chinesa (Chao Xu). A versão que fizeram para a música Zita, de Piazzolla ficou linda. Embora alguns achavam, em conversas antes do show começar, que seria algo dançante, o show é para se ouvir "degustando" as notas musicais e os arranjos. É trilha perfeita para uma noite mais íntima, sem cair na fossa. É leve, mas eletrizante. Ao final, na volta ao palco para o bis, o baterista Daniel Corrado entrou vestido com a camisa da seleção brasileira de futebol, fazendo a alegria da galera. Ao ser aplaudido, ele beijou a camisa e aí foi ovacionado. O líder da banda, Max Masri, não deixou por menos e o apresentou como sendo o Kaká. Ric achou sonolento. Eu, pelo contrário, gostei muito. E, desde já, fico pezaroso por não poder acompanhar o projeto nos próximos finais de semana. Fiquei tentado a comprar algum cd na saída (todos estavam à venda em uma banquinha armada na entrada do teatro), mas não estou conseguindo ouvir tudo que tenho comprado ultimamente e já não tenho espaço para guardá-los. Resisti à tentação e fui embora rapidinho. Morrendo de fome.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O HOMEM DE BUENOS AIRES



Recebi um convite de um amigo, que mora em Salvador e está em Brasília fazendo um curso pelo trabalho, para ir ao teatro assistir a peça O Homem de Buenos Aires. Em junho de 2008 já havia assistido a este espetáculo. Nesta nova temporada, houve alteração no elenco feminino. Aceitei o convite e às 20 horas já estava no Teatro Goldoni (Casa D'Italia - 208/209, Eixo L, Asa Sul). Enquanto aguardava meu amigo, aproveitei para comer um pão de queijo no café do local e ler os jornais do dia. Meu amigo chegou com um amigo que não conhecia e ainda com vários colegas de trabalho que também estão no mesmo curso. Conversamos bastante até a hora do sino tocar (antes de toda peça em cartaz no Goldoni, alguém da casa toca um sino para chamar as pessoas para entrar na sala para ver o espetáculo). O texto e a direção da peça são de Alexandre Ribondi e no elenco estão Sérgio Sartório (Jorge/Pepe, mesmo ator da primeira montagem), Daniela Vasconcelos (Maria Rita/Lúcia Helena) e Fernanda Rocha (Deogracia). A história se passa no apartamento de Jorge, também conhecido como Pepe, um deficiente visual com pinta de garanhão. Maria Rita, Deogracia e Lúcia Helena são as mulheres que transitam em sua vida. A peça tem pouco mais que uma hora de duração e, como a própria filipeta de divulgação indica, é uma comédia. Os diálogos são bem construídos e Sartório tem uma bela interpretação, pois consegue passar a fragilidade natural de um deficiente visual, mas também a sensualidade que a personagem exige, além do ótimo sotaque, já que é um homem de língua espanhola. As novas atrizes substituem bem aquelas que encenaram a primeira montagem (Adriana Lodi e Ana Paula Braga). No entanto, há uma grande diferença entre Daniela Vasconcelos e Fernanda Rocha. Enquanto a primeira estava visivelmente nervosa no início da trama, com gestual e falas um pouco excessivos, a segunda dá um show como a vizinha boazuda, tonta e loura. O timing de comédia de Fernanda é ótimo e a peça cresce quando ela entra em cena (lembro-me da interpretação de Ana Paula Braga, excelente por sinal, mas Fernanda conseguiu dar um ar de sonsa que caiu muito bem à personagem). Já na segunda entrada de Daniela, nota-se que a nervosia da estreia passou e ela está melhor, especialmente nas cenas de confronto entre as duas atrizes. Quando Deogracia sai de cena, a peça cai em ritmo, mas Daniela, já fazendo o papel de Lúcia Helena, mãe de Deogracia, está melhor. Para não ficar uma cópia do que é Deogracia, os moviemtnos de cabeça da atriz, balançando os brincos (peça que liga as interpretações das três personagens femininas) é bem interessante. O ponto negativo da peça fica com o final abrupto. Talvez o autor e diretor tenha colocado este final para evitar um dejá vu, pois não havia mais nada a acrescentar no enredo. De qualquer forma, é uma boa peça, destas que a gente dá boas gargalhadas e sai feliz.
Para finalizar a noite e fazer os comentários necessários sobre o que vimos, fomos para o Beirute (SCLS 109 , Bloco A, lojas 2 a 4, Asa Sul). O papo foi muito agradável e não girou somente em torno da peça, mas também sobre cinema e literatura. Gostei muito de rever este meu amigo e da ótima noite de quinta-feira.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ESPELHOS

O telefone toca insistentemente. Edu tem preguiça de sair da cama. Quem seria? Olha o despertador ao lado e não acredita no que vê. O relógio marcava 6:15 horas. Levanta assustado, pensando que acontecera alguma coisa com alguém conhecido. Não tinha parentes, nem namorada, pois se achava muito superior a todas as mulheres que conhecia. O telefone continua tocando. Sai de seu quarto, passa em frente ao espelho e tem a impressão que viu um vulto atrás de si. Volta ao espelho e não vê mais nada. Deve ser efeito da sonolência, pensou. O telefone ainda toca. Edu chega na mesinha, que fica em um canto do pequeno corredor, e atende. Do outro lado da linha uma amistosa voz feminina lhe dá bom dia e diz que, consultando os arquivos da empresa, constatou que era hora de trocar o filtro do seu aparelho de água. Ele tem um sentimento de fúria inacreditável. Fica sem voz. A mulher continuou a falar e ele joga o telefone no chão, espatifando-o em mil pedacinhos. Vai até a cozinha e faz o mesmo com o aparelho de água. Seis horas da manhã! Que desrespeito, bravejou. Volta para o quarto e passa em frente ao espelho. O vulto está lá, rindo para ele. Se vira e nada enxerga no quarto. Volta-se para o espelho mais uma vez e só vê sua imagem. Percebe que seus cabelos estão atrapalhados, seus olhos estão inchados. Sente dores no corpo e fica querendo uma boa massagem. Procura seu celular e acha o telefone do massagista. Ainda é cedo para ligar para ele. Deita de novo, mas não para de pensar no vulto. Se levanta, arrasta o espelho para frente de sua cama e se posiciona de maneira a sempre mirar sua imagem. Nada de vulto. Adormece.
Edu dorme por mais de quatro horas. Acorda com a bexiga cheia. Precisa ir ao banheiro. O espelho na frente reflete a cama, os lençóis, o próprio Edu. Não há vulto. Vai ao banheiro. Após dar a descarga, sente um sopro em seu ombro direito. Põe a mão e sente outra mão. Fica assustado. Não há ninguém. De frente para a pia, se abaixa e lava o rosto. Ao erguer o olhar se depara com uma imagem distorcida no espelho acima da pia. Não é ele. Começa a ficar com medo. Acha que seu subconsciente ainda processa o filme de terror que vira na noite anterior. Sai do banheiro e volta para o quarto. Precisa se arrumar, ir trabalhar. Abre o guarda roupa, pega uma muda de roupa limpa. Retorna ao banheiro para tomar banho. Evita olhar para o espelho do quarto e para o do banheiro. Debaixo do chuveiro pensa no vulto, pensa na mão em seu ombro. Afasta estes pensamentos. Se enxuga e coloca a roupa para ir trabalhar. Resolve não comer nada. Precisa sair o mais rápido possível de casa. Pega a chave do carro. Do lado de fora, aguarda o elevador. Ao entrar, um grande espelho o espera e nele o vulto, desta vez chorando. Ele enche os pulmões de ar, expira longamente, fica de costas para o espelho e aperta o botão do térreo. São sete andares de aflição. O ar fica rarefeito. Edu sente muito calor. Ele encosta sem querer no painel do elevador e a luz interna se apaga. Pensa logo que o vulto saiu do espelho e está brincando com ele. O elevador chega ao térreo e Edu sai trôpego, sem ar. Anda em passos largos para seu carro, estacionado na área externa de seu prédio. Se lembra que há espelhos no carro. Resolve ir de ônibus. Mesmo havendo espelhos no ônibus, há outras pessoas. O ponto não era longe, apenas andou duas quadras, cerca de duzentos metros. Logo o coletivo apareceu e ele entrou. Estava lotado e só havia lugar em pé, próximo à porta de entrada. Edu ali se postou. Não percebeu que havia um grande espelho redondo que o motorista usava para ver se havia mais pessoas entrando. Ficou bem em frente ao espelho. Na primeira freada, se viu refletido e ao seu lado o vulto fazendo caretas. Começa a suar frio. Resolve perguntar a uma senhora o que ela via no espelho. Ela ficou assustada ao ser abordada por um sujeito suando em bicas, visivelmente transtornado. Olha para o espelho e vê o que deveria ser visto, ou seja, Edu e as pessoas que estavam em pé ao seu lado. Ela resolve virar o rosto, fingindo que não escutava direito. Edu foi ficando bambo e desfalece. Quando acorda está em uma enfermaria de um pronto socorro de um hospital público. Não sabe como foi parar lá. Chama pela enfermeira e fala que quer ir embora. Ela diz não poder deixá-lo ir, pois somente o médico plantonista poderia lhe dar alta. E completa dizendo que seu estado indicava que seria internado. Ele se desespera e levanta da maca, arrancando a agulha que lhe garantia soro na veia. A enfermeira aciona dois homens fortes, auxiliares de enfermagem que também estavam de plantão e Edu é controlado. Nova medicação na veia e ele dorme. Enquanto dormia, o médico verifica os resultados dos exames laboratorais que Edu fizera quando ainda estava desacordado. Não há nada de errado fisicamente com Edu. Stress é o diagnóstico. Quando Edu acorda, já está de alta. Sai do hospital e pega um táxi. Dá o endereço de casa e fica de cabeça baixa, pois não quer ver o retrovisor interno do carro. Tem medo de ver o vulto novamente. Em casa, evita o elevador, sobe os sete andares de escada e entra no apartamento. Pega um cobertor no armário do corredor e joga em cima do espelho do quarto. Não vai ao banheiro. Precisa descansar. Liga de seu celular para o trabalho e dá uma desculpa qualquer pela sua ausência. Escolhe ficar sentado no sofá da sala. Não quer ouvir música e nem ver televisão. Fica apenas olhando fixamente para a parede a sua frente. Não vê o tempo passar. Horas e horas ele fica na mesma posição com os olhos fixos em um único ponto. Fica tão compenetrado que o ponto fixo começa a se mover. A parede se abre. Ele se levanta e passa pelo buraco que acabara de se formar. Vê cores se movendo ao seu redor. São luzes azuis, vermelhas e alaranjadas. Elas o envolvem de tal forma que parecem cordas o impedindo de sair. Segue em frente. Apenas cores por todos os lados. De repente, um grande barulho se ouve. Ele perde a concentração e vê a porta de seu apartamento ser derrubada. Eram os bombeiros. Edu estava há cinco dias na mesma posição. Não escutou o celular tocando, a campainha tocando. Os colegas de trabalho ficaram preocupados e pediram ao síndico para tomar uma atitude. O síndico chamou os bombeiros e eles arrombaram a porta da frente. Ficaram espantados com o que viram. Edu sereno e calmo, com os dois olhos parecendo olhos de boneca. Ele se virou para os bombeiros, sorriu, se levantou, passou por eles, entrou no elevador, apertou o botão do térreo e mirou o espelho. Não via seu reflexo, apenas o vulto. Desta vez não estava com medo. Colocou a mão no espelho e sentiu que ele se tocava. Achou aquilo lindo e quis se beijar. O elevador chegou ao térreo. Ele não sai, aperta novamente o sétimo andar e começa a beijar o espelho. Entende que não havia vulto algum. Era ele mesmo, mas sendo visto de maneira diferente. Ele estava apaixonado por si mesmo, como Narciso. Quando as portas se abriram no sétimo andar, os bombeiros viram aquela cena estranha. Edu beijando a própria imagem. Ele sai do elevador e entra em seu apartamento, ignorando totalmente os que ali estavam. Vai até o quarto, retira o cobertor que cobria o seu espelho e fala alto, olhando para si mesmo: "espelho, espelho meu, existe alguém mais interessane do que eu?" As pessoas resolvem sair. Edu não se preocupa com a porta aberta. Quer apenas ouvir a resposta para sua pergunta. Ao ficar totalmente sozinho, sua imagem altera sua posição, fixa seus olhos em Edu e responde: "EU TE AMO". Edu finalmente encontrara sua cara metade e os espelhos nunca mais deixaram de ser sua companhia.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

E-MAILS INDESEJADOS

Hoje recebi dois e-mails horríveis. Ambos traziam a biografia dos dois políticos mais bem colocados nas pesquisas em relação às eleições de outubro de 2010. Recebi as biografias de José Serra e de Dilma Roussef. É claro que nenhuma das duas enaltecia o biografado. Ainda faltando pouco mais de uma ano para as eleições, percebo que a minha caixa de e-mails estará cheia de mensagens indesejáveis. O correio eletrônico facilitou a nossa vida, mas ao mesmo tempo nos trás uma enxurrada de bobagens, correntes, power points com animais, flores, frutas e um sem número de frescuras. Não sei como tem tanta gente à toa para escrever biografias, elaborar power points e afins. É um inferno. Chego a receber mais de 50 mensagens por dia, muitas delas sem que eu conheça o remetente.
Perdi tempo em responder às duas mensagens com as biografias de Dilma e de Serra. Ficou bem claro que quem não quer Dilma enviou a sua biografia e quem não quer Serra fez o mesmo. Se querem demonstrar suas preferências e insistem em enviar e-mails para as caixas de mensagens das pessoas, porque não enviar as vantagens de se votar no seu candidato?
Ficar repisando o passado, sem fazer uma ligação com o presente é ser simplista e demonstrar burrice. O passado deve ser analisado no contexto em que ele aconteceu e não transportá-lo para o futuro como se sempre fosse possível repetí-lo. Há uma máxima que diz que se aprende com os erros do passado e se espelha no que deu certo para aplicar no presente, levando-se em consideração a conjuntura em que estamos vivendo, seja em que parte do planeta estivermos.
Gosto muito de uma frase que diz: "quem gosta de passado é calendário". E melhor ainda uma variação da frase "penso, logo existo", que é a seguinte:

PENSO, LOGO MUDO DE IDEIA.

Isto vale para todos aqueles que ficam buscando os feitos do passado das pessoas públicas, pois todo ser humano está sujeito a apoiar uma ideia num momento da vida e depois, com as experiências vividas, alterar seu pensamento.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

MÚSICA QUE OUÇO XII


Moyseis Marques (2º CD - Fases do Coração) - Mineiro radicado no Rio de Janeiro - destaque na noite da Lapa - samba gostoso de ouvir

domingo, 13 de setembro de 2009

ENCERRAMENTO FESTIVAL CENA CONTEMPORÂNEA 2009


E a noite fui conferir o encerramento de dois projetos em um único espaço, a Praça do Conjunto Cultural da República (Setor Cultural Sul). Os projetos unificados na noite foram o festival Cena Contemporânea 2009 e o Domingo CCBB - Todos Os Sons. Para este fecho dos citados projetos, quatro atrações musicais, das quais só vi as duas últimas. Cheguei às 19:15 horas, quando estava sendo anunciada a terceira atração do dia, a banda brasiliense In Natura, que fez um show dançante e mexeu com a plateia. Não conhecia a banda e dancei um pouco. O som estava ruim, sobressaindo muito os instrumentos em detrimento das vozes dos vocalistas. Quando a vocalista cantava, em alguns momentos não se compreendia o que ela dizia. O show durou uma hora e em seguida, a grande atração da noite: Angelique Kidjo, africana do Benin e ganhadora do Grammy em 2008. O show também integra o Ano da França no Brasil. Falando em inglês, francês e português, a cantora contagiou a multidão. Cantou, dançou, discursou, desceu no meio do povo e colocou o povo em cima do palco (Ric entre os voluntários). Foi uma festa. A sua música não deixa ninguém ficar parado. Cantou Rolling Stones, Gilberto Gil (Refavela), Peninha (Sozinha, em português com sotaque bem carregado) e músicas africanas de seu extenso repertório. Foi uma hora e meia de show extasiante. A plateia era bem diversificada, com todas as tribos unidas cantando a exaltação à vida. Tinha bebê ainda no colo, crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, todos cantando e dançando sob o comando da grande dama Angelique. Foi o melhor show que fui neste ano, sem sombras de dúvida. Fechei meu final de semana cultural com chave de ouro (afinal vi quatro peças, três shows, um balé e um filme).

PERSONA


Depois do almoço, voltei para casa e fiquei com preguiça de sair, pois o calor e a secura estavam insuportáveis. Li um pouco e coloquei mais um filme da seleção da revista Bravo! 100 Filmes Essenciais. Agora foi a vez do número 13, Persona, de Ingmar Bergman, produção sueca de 1966. Filme curto, com menos de uma hora e meia de projeção, e de difícil acompanhamento. Deve-se prestar muita atenção, pois há momentos que ficamos em dúvida se é sonho, se é realidade, se é uma personagem falando ou se é a outra. Li na resenha do filme que Bergman escreveu o roteiro enquanto estava hospitalizado e no hospital, vivendo, talvez, momentos de angústia, tenha escrito esta fábula que tem uma forte ligação com a psicologia e a psicanálise. Passei por experiência recente internado três dias em um hospital e sei que o ambiente pode levar-nos à pensamentos estranhos, afinal, é como uma prisão. No filme, há um belo embate entre duas atrizes frequentes na filmografia de Bergman, Bibi Andersson e Liv Ullmann. Excelente filme, mas para poucos.

UNANIMITÀ


Eu e Ric almoçamos cedo, pois ele tinha nova apresentação hoje no Espaço Cultural Mosaico. Escolhemos a cantina Unanimità (SCLS 408, Bloco C, loja 25, Asa Sul) e ficamos na área externa devido ao calor que fazia no início da tarde. Fomos rápido no pedido, um risoto de cordeiro com cebola caramelizada e hortelã. O prato não demorou e, como de costume neste restaurante, veio comida para satisfazer pelo menos três pessoas. O risoto estava no ponto, mas muito doce, fato que comunicamos ao garçon quando pagamos a conta. Sobrou muita comida e pedimos para embalar para viagem.

SÁBADO CHEIO DE EVENTOS

E o meu sábado foi pleno de eventos e encontros.
Inicialmente almocei com Ro e Emi e a mãe de Ro, que passa uma temporada em Brasília. Eles escolheram o novo Gazebo (SCES Trecho 02, lote 39 - Centro de Lazer Beira Lago). O lugar é lindo, com vista para a Ponte JK e o Lago Paranoá. O restaurante está com uma decoração bonita em dois andares que acomodam 150 pessoas. Ainda há o subsolo com a adega climatizada e um belo terraço. O serviço é eficiente e os garçons são bem treinados, sabendo esclarecer as dúvidas do cardápio. Por falar em cardápio, li no Correio Braziliense que ele foi elaborado pelo renomado chef francês Pascal Valero. Escolhi uma coxa de pato confitada em leito de risoto de abóbora, com sabor marcante. Para sobremesa, o petit gateau da casa, acompanhado de sorvete de canela. Achei o bolinho de chocolate seco e morno. Preferi o prato salgado. A nota destoante é para o couvert, com uma variedade de pães torrados. Poderiam colocar pães frescos também, pois combina mais com o espírito de comida francesa, culinária adotada pelo restaurante. O local onde está o restaurante ainda está em fase de urbanização, mas quando tudo ficar pronto, será, com certeza, um grande pólo gastronômico da cidade.





Do restaurante, direto para a peça Amor Bem Sucedido Não Interessa A Ninguém, uma colagem de textos de Nelson Rodrigues adaptados pelo diretor Fernando Guimarães para a finalização de uma oficina de trabalho da qual participou Ric. No elenco, além de Ric, André Brunelli, Cássia Gentile, Cleusa Cantuária, Karine Luiz, Jorge Paz e Ricardo Sala. O espetáculo é curto (50 minutos) e tem cenário bem simples, apenas um linóleo listrado de amarelo e branco no chão e duas cadeiras, também amarelas, uma em cada ponta. As esquetes se passam neste linóleo, sempre com um embate entre dois atores. Gosto muito dos textos de Nelson Rodrigues e achei a colagem feita por Fernando Guimarães muito interessante. A montagem merece entrar no circuito teatral brasiliense. A peça foi encenada às 17 horas no Espaço Cultural Mosaico (SCRN 714/715, Bloco D, loja 16, Asa Norte). Ao final, após cumprimentar Ric pelo belo desempenho e saber de Fernando que ele está cada vez melhor e que foi escolha dele fazer apenas um personagem, o diretor me incentivou a assistir o seu espetáculo que está no festival Cena Contemporânea 2009. Fui conferir então A Casa, uma livre adaptação da obra A Casa de Bernarda Alba, de Federico Garcia Lorca, dirigida por Adriano e Fernando Guimarães, em cartaz no Teatro Funarte - Sala Plínio Marcos (Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural, lote 2). Consigo comprar as derradeiras entradas (para mim e Ric) na bilheteria do teatro. O cenário todo branco chama a atenção e contrasta com o figurino negro do elenco, as atrizes Alice Stamato, Camila Evangelista, Clara Camarano, Jú Welasco, Kika de Moraes, Michelly Scanzi, Natália Leite, Suzana Outeiral e Valéria Rocha. A iluminação também é destaque. A interpretação das atrizes não é uniforme, mas não há nenhuma ruim. Destaco Michelly Scanzi e Valéria Rocha. A trilha sonora mistura música espanhola, rock pesado e música erudita. Gostei muito do que vi.


E de lá, saí voando para mais um espetáculo do festival, Duets, em cartaz na Sala Martins Penna (Teatro Nacional Cláudio Santoro, Setor Cultural Norte). Dança contemporânea de grupo de Israel. Foi uma decepção para mim. Curto, sem graça e um grande dueto sem música. Acho horrível dança sem música. Sempre entendo que música e dança estão intrinsicamente ligados. Quando não se tem a música, vira número de acrobacia e ginástica. Nem tudo pode ser perfeito...


Terminei a noite no grande espaço vazio ao lado do Museu Nacional (Praça do Complexo Cultural da República, Setor Cultural Sul) para ver o show em homenagem aos 50 anos de Brasília, que serão completados em 21 de abril de 2010, e integrante do Ano da França no Brasil. No palco duas virtuoses em seus instrumentos: Hamilton de Hollanda, brasiliense, com seu cavaquinho de sete cordas e Richard Galliano, francês, e seu acordeon. Show sensacional, com plateia jovem totalmente embevecida pelo que via e ouvia. Encontrei com uma amiga e um amigo e ficamos juntos o show inteiro (durou apenas uma hora) e depois dançamos um pouco na grande pista em que se transformou o espaço com a música das DJs Selma e Telma.


Já cansado e com fome, me despedi dos amigos perto de 1:30 horas e fui comer um sanduiche no Marvin (SCLS 103, Bloco A, loja 2, Asa Sul). Pedi um dos novos itens do cardápio, chamado Hollywood Burger, com creme de parmesão, alface e peito de peru integrando o sanduíche com o hamburger de carne bovina. Aprovei a novidade.

Em seguida, hora de dormir.

sábado, 12 de setembro de 2009

A OBSCENA SENHORA D e ELDORADO

Nesta sexta-feira, continuei a seguir o festival Cena Contemporânea 2009. Vi duas peças. A primeira, às 19 horas, no Teatro Goldoni ( Entrequadra 208/209 Sul, Casa de Itália, Eixo L, Asa Sul), foi A Obscena Senhora D, texto de Hilda Hilst, com adaptação, direção e interpretação dos atores Catarina Accioly e William Ferreira e supervisão de Míriam Virna. Teatro lotado, o que me surpreendeu, pois a peça é brasiliense e já esteve em cartaz em 2007. O trabalho de corpo desenvolvido por Catarina Accioly é impressionante e sua interpretação é bem marcada, alternando com momentos de lucidez e loucura. O texto de Hilst, bem biográfico, discorre sobre as angústias e dúvidas da personagem Hillé em relação à vida, à divindade e ao próprio convívio social. O cenário ajuda a construir a atmosfera de angústia e dúvidas, especialmente com o gelo alojado em um pano no teto que na medida em que derrete, enche uma bacia de água no centro de uma passarela de madeira que liga duas escadas. Gostei muito da peça, que teve música sendo executada ao vivo com sons tirados de vidros, chocalhos e água.
Em seguida, corri para o CCBB (Setor de Clubes Esportivos Sul, Trecho 2, Conjunto 22) para ver a peça Eldorado, texto de Santiago Serrano, direção de Marcelo Lazzaratto e interpretação de Eduardo Okamoto. Pela primeira vez neste festival, compareci a uma peça cuja sala não estava cheia. O texto transcorre em uma hora, contando a busca de um cego, com sua rabeca (a quem chama de menina), ao Eldorado. É o terceiro texto de Serrano (presente no teatro) que vejo sendo encenado em Brasília (os outros dois foram Dinossauros e Fronteiras) e, como os demais, é pura poesia. Pode-se dizer que o homem cego está à procura de tudo, especialmente de si mesmo, de carinho, de amizade, de amor, além, do tão esperado Eldorado. Tocante, embora em alguns momentos da peça eu tenha ficado incomodado porque o ator grita muito em cena. Falando em ator, Eduardo Okamoto também faz um belo trabalho corporal e sua interpretação, tirando os gritos, é fantástica. O trabalho de iluminação é essencial para o clima da encenação.

Ao final da noite, fui conhecer uma nova hamburgueria da cidade, Genaro Jazz Burger Café (SCLN 114, Bloco A, loja 60, Asa Norte). Inicialmente me colocaram em uma das três mesas internas, pois o salão é pequeno, com um bar no canto e muitas colagens na parede. A música, jazz, é claro, estava muito alta, o que me incomodou até ao ponto de pedir para trocar de lugar, quando fui acomodado em uma mesa do lado de fora, no corredor de trás do bloco. Dava para ouvir a boa música, sem a altura que estava do lado de dentro. Pedi um dos vários sanduíches do cardápio, um steak espanhol. Pão ciabata, alface roxa, tomate, cebola caramelizada, pimentão vermelho grelhado, queijo de cabra e hamburger de picanha e fraldinha. O sabor estava muito bom, mas a montagem do sanduíche deixa a desejar. As cebolas caramelizadas ficavam num canto, não se espalhando por toda a carne. O mesmo ocorreu com o pimentão. Outro detalhe que não gosto é ter que comer o sanduíche com talher. Para mim, sanduíche se come com as mãos, mas a sua montagem torna incômodo o seu manusear. Voltarei à casa para experimentar outros sabores. Seria interessante se houvesse opção da escolha do pão, como em lanchonetes premium de São Paulo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

MÚSICA QUE OUÇO XI

Diferente - Voz Firme - Ousada ao gravar Ne Me Quitte Pas (Jacques Brel); A História de Lilly Braun (Edu Lobo/Chico Buarque) e Baba (Kelly Key/Andinho)

SANDUICHES, TRABALHO E TEATRO

Dia corrido. Agitado. Muito trabalho, muita reunião. Dia também de dar mais alguns passos rumo ao Canadá, de férias. Comprei dólares canadenses e o seguro saúde. Os dólares, reservei pelo telefone, fiz a transferência bancária e fui buscar na loja de câmbio mais próxima. O seguro saúde comprei por e-mail. Facilidades do mundo tecnológico. Fui buscar os dólares canadenses na hora do almoço e tinha pouco tempo para voltar ao trabalho, motivo pelo qual optei em comer um sanduíche no Burger King (Brasília Shopping, Praça de Alimentação - 2º Piso, Asa Norte). Resisti e não tomei refrigerante (lembrando que o refri tem refil grátis nesta lanchonete). Fiquei entretido à tarde com a elaboração de dois textos que me foram pedidos com prazos exíguos e quando dei conta já eram 18:15 horas.




Saí correndo, pois tinha ingresso para o espetáculo Aqueles Dois, da Luna Lunera Companhia de Teatro, grupo de Belo Horizonte - MG. A peça integra o Cena Contemporânea 2009 e se baseia em texto de Caio Fernando Abreu. Com direção e criação coletiva do grupo, o elenco conta com Cláudio Dias, Marcelo Souza e Silva, Odilon Esteves e Rômulo Braga. A peça foi encenada no Teatro SESC Garagem (W4 Sul, Quadra 713/913, Asa Sul) e é sensacional. O teatro estava lotado, como de costume nesta edição do festival, e, ao final, o quarteto mineiro foi longamente aplaudido. A maneira como conduziram o texto de Caio Fernando Abreu é bem diferente, pois há apenas dois personagens, Saul e Raul, e os quatro interpretam ambos os personagens e ainda fazem o papel de narradores, de "alto falante" e ainda interagem com o público, lendo cartas e horóscopos. A trilha sonora é toda executada em um toca discos e apenas discos de vinil compõem a trilha: Carlos Gardel, Angela Ro Ro, entre outros. Saí em êxtase da peça, especialmente com o final.


Após o teatro, fui comer mais um sanduíche no dia, desta feita no Marvin (SCLN 110, Bloco A, loja 10, Asa Norte), onde aproveitei para experimetnar uma das novidades no cardápio, um sanduíche no pão ciabata com carne de hamburger e cenoura e abobrinha raladas e grelhadas na chapa, tudo com um molho especial. Gostei.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

DECEPÇÃO

Hoje o dia foi longo. Acordei cedo e fui trabalhar. Primeiro dia de reunião com representantes de todas as unidades regionais do órgão em que trabalho. A reunião começou às 9 horas e terminou às 18:15 horas, com intervalo para almoço de 12:15 às 14:00 horas. Após o término desta longa reunião, entrei em outra reunião que só terminou às 20:20 horas. Foi cansativo.

Para o almoço, novamente tive a companhia de Rogério e escolhemos o Nippon (SCLS 403, Bloco A, loja 28, Asa Sul), de culinária japonesa, como o próprio nome indica. Há muito não ia lá e fiquei surpreso com a melhora no sistema de buffet. Já era bom, agora está melhor, com várias opções de pratos quentes sendo servidas à mesa pelos garçons. Como sempre, o restaurante estava cheio e, ao final, pedimos a Nota Legal.



À noite, após a última reunião, fui direto para o Teatro Nacional Cláudio Santoro (Setor Cultural Norte), mais precisamente na Sala Martins Penna, para ver um espetáculo integrante do festival Cena Contemporânea 2009. A peça é Mercadorias e Futuro, texto, encenação e direção de José Paes de Lira, o Lirinha do grupo musical Cordel do Fogo Encantado. Co-dirige a peça a atriz Leandra Leal. Foi assisitndo este espetáculo, na companhia de duas amigas que encontrei na fila de entrada, que veio a decepção. Lirinha como ator é melhor cantor, sem dúvidas. A peça mistura Regurgitofagia, de Michel Melamed, com elementos do filme Deus e O Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, configurando um texto chato e sem graça. A plateia ria em alguns momentos, mas risos isolados. Para piorar, o microfone do ator pifou no início da peça e não houve como consertar. Para quem se propõe a seguir um festival, seja de música, cinema ou teatro, está sujeito a este tipo de decepção, pois procura-se assistir o máximo e tem-se tanto surpresas positivas quanto negativas. No caso, a surpresa foi muito negativa. Minhas amigas também não gostaram. Vi gente saindo bem antes do final da peça. Torço para esta ser uma exceção, pois ainda assistirei mais algumas até o próximo domingo.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

RETORNO DA LICENÇA MÉDICA

Terça-feira, 08 de setembro, depois de 15 dias, volto a trabalhar, volto à rotina do serviço. E não havia nada acumulado, pois meu substituto analisou e despachou tudo que chegou, além de ter lido e respondido todos os e-mails institucionais. E já cheguei com reunião marcada, pois há um concurso público autorizado e é necessário definir algumas questões.
Para o almoço, tive a companhia de Rogério no restaurante Feitiço Mineiro (SCLN 306, Bloco B, lojas 45/51, Asa Norte) e tivemos uma surpresa ao saber que há uma promoção até o final de setembro para o almoço de segunda a sexta-feira ao pagar a conta com cartão de crédito da bandeira Mastercard - 30% de desconto no valor do buffet de comida mineira. Ótima pedida, pois a comida, como sempre, é bem feita e saborosa, além do atendimento atencioso dos garçons.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

DIA DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Manhã de segunda-feira, feriado nacional - Independência do Brasil. Muita chuva em Confins. Aeroporto fechado para pouso. Atrasos em muitos voos. Por incrível que pareça, quando o aeroporto abriu, o meu voo foi o primeiro a ser chamado. Atraso apenas de 10 minutos. Voo tranquilo e vazio. Fiquei ouvindo Macy Gray no iPod. Ric me busca no aeroporto de Brasília e vamos direto para casa. Espero ele tomar banho e saímos para almoçar. Ele quer comer carne. Escolho o 348 (SCLS 411, Bloco D, loja 36, Asa Sul). Restaurante lotado, ficamos em lista de espera. Não demorou muito e nos acomodaram em uma mesa para dois. A chuva começa a cair em Brasília. Pedimos uma salada completa de entrada, com muita folha verde, ojo de bife (miolo do filé) bem passado e arroz parrilleiro. Tudo muito bom, mesmo a carne estando quase esturricada (pedido de Ric). Ao final do almoço, stress. Ric me aborrece e vou embora de mau humor. Em casa, fico lendo os jornais e Ric sai sem dizer uma palavra. Isto está ficando comum. Deito e durmo um pouco.

Por volto de 18 horas, resolvo sair para tentar comprar ingresso para uma peça argentina que está na décima edição do Cena Contemporânea. A peça La Noche Canta Sus Canciones está em cartaz no Teatro SESC Garagem (W4 Sul, Quadra 713/913, Asa Sul). Quando chego na bilheteria, a notícia de que não há mais ingressos. Coloco meu nome na fila de espera. É o primeiro nome. Perto de 19 horas uma senhora chega e me oferece um ingresso (na verdade, ficamos conversando e ela me ofereceu ingressos para todos os dias, pois seu marido desistiu de acompanhar o festival). O teatro está lotado, com muitas pessoas sentadas no chão. Todos que ficaram na lista de espera conseguem entrar. O texto da peça é de Jon Fosse e a direção de Daniel Veronese. O elenco conta com os atores Eugenia Guerty, Diego Gentile, Elvira Onetto, Luis Gasloli e Claudio da Passano. São 55 minutos de duração em um teatro muito quente, pois desligaram o ar condicionado. Muitos se abanavam o tempo inteiro. A peça trata de uma noite na casa de um casal em crise. Encenada de forma bem natural, é uma história que pode acontecer e acontece a qualquer um. Vou usar uma frase de uma mulher que ouvi ao sair do espetáculo para classificá-lo: "Gostei, mas não me arrebatou".

De lá, comprei mais um ingresso da gentil senhora e fui conferir o espetáculo La Piste Là, da companhia Cirque Ailtal, residente na França (o espetáculo também integra o Ano da França no Brasil), em cartaz no Teatro Funarte Plínio Marcos (Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural, Lote 2). O teatro também ficou lotado, com gente sentado no chão. Ao contrário do primeiro, este circo/teatro/show foi arrebatador. Números sensacionais, de muito equilíbrio, leveza e emoção. Em cena os artistas Victor Cathala, Helmut Nunning, Kati Pikkarainen e Matías Salmenaho. A direção coube à Bursztyn. O número final é lindo, relembrando o famoso número da ginasta acrobata em cima de cavalos que andam em círculo no picadeiro. Ao invés de cavalos, os homens da trupe fazem o papel dos animais. Emocionante e muito ovacionado pela plateia.

domingo, 6 de setembro de 2009

DOMINGO ESPECIAL

Este domingo foi especial para mim. Há muito tempo não se reuniam tantos parentes na casa de meus pais para um típico almoço de domingo. Minha mãe preparou uma comida trivial, nada de excepcional, mas a mandioca frita estava deliciosa e derretendo na boca. Além de meus pais, almoçaram comigo meu tio e padrinho, minha querida tia, esposa de meu padrinho, meus dois irmãos com respectivas esposas, meu sobrinho e minhas duas sobrinhas, também minhas afilhadas. Tiramos fotos, vimos fotos, atualizamos fofocas e e-mails. Foi tudo ótimo.
E fechei o dia vendo uma belíssima exposição de fotografias na Galeria Genesco Murta, no subsolo do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). A exposição - 100 X França - faz parte do Ano da França no Brasil e traz cem fotografias em um século desta arte na França. Há fotografias de expoentes desta forma de capturar imagens, como Man Ray, Henri-Cartier Bresson e Marcel Duchamp. Interessantíssimo ver alguns locais de Paris retratados no final do século XIX.



Depois da exposição, eu e minha mãe, assistimos ao novo espetáculo do Grupo Corpo no Grande Teatro do Palácio das Artes. Como sempre acontece, duas coreografias fazem parte do programa. A primeira, Bach, de 1996, coreografia de Rodrigo Pederneiras, música de Marco Antônio Guimarães, figurino de Freusa Zechmeister, cenografia de Fernando Velloso e Paulo Pederneiras e iluminação também de Paulo Pederneiras. Foi a terceira vez que vi esta bela coreografia e cada vez gosto mais. Mas o melhor estava por vir. A segunda parte do espetáculo tem a nova coreografia de Rodrigo Pederneiras, Imã, com música de +2, figurino de Freusa Zechmeister e cenografia e iluminação de Paulo Pederneiras. É difícil dizer o que é mais bonito: a coreografia, a música ou a iluminação. A soma do figurino (simples, mas vivo e envolvente) a estes três elementos nos proporcionou um conjunto extraordinário. O Grupo Corpo reinventou o pax de deux, com duplas dando seus passos sempre colados um no outro, como se fossem um único ser, dando a ideia de atração, já indicada no título da coreografia. A música é alegre e a ginga do grupo e uma iluminação fantástica (ponto alto do espetáculo) fizeram com que o tempo passasse sem se perceber. Ao final, demorado aplauso da plateia que saiu, mais uma vez, em êxtase com este grande grupo mineiro, hoje, mundial.

MIL ACESSOS

E meu blog chegou ao milésimo acesso desde 01º de agosto de 2009, quando coloquei um contador. Obrigado a todos e continuem acessando, pois a vida continua com um dia após o outro.

sábado, 5 de setembro de 2009

CASA FIAT DE CULTURA

Li na Folha de São Paulo sobre uma exposição de Marc Chagall em Belo Horizonte. Procurei na internet e descobri que a exposição está na Casa Fiat de Cultura (Rua Jornalista Djalma de Andrade, 1.250 - Belvedere, Nova Lima, MG) e que acontece no mesmo local uma exposição com fotografias e esculturas de Rodin. No endereço eletrônico do centro de cultura também descobri que há transporte gratuito saindo da Praça da Liberdade, em frente ao prédio que foi sede da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais. Assim, eu e minha mãe, após confirmar o transporte e seu horário por telefone, fomos para o local de partida do microônibus. Como chegamos meia hora antes, resolvemos ver a exposição montada no centro da Praça da Liberdade sobre o Circuito Liberdade de Cultura. Interessantíssimo saber como ficará a região da praça quando todos os centros culturais e museus ficarem prontos. O microônibus chegou 16:15 horas e logou encheu (capacidade de apenas 16 pessoas sentadas e não transporta ninguém em pé). Já dentro do veículo, um simpático motorista distribuiu os folders das duas exposições. O trajeto dura vinte minutos. O centro cultural fica no alto da rua, já em Nova Lima, município vizinho a BH. A entrada é gratuita e há também mostras de filmes de graça no mesmo local. O público lota os espaços expositivos, gerando filas de espera para ver as exposições. Idosos com preferência, minha mãe foi retirada da fila e levei vantagem por estar com ela.
Entramos primeiro na exposição O Mundo Mágico de Marc Chagall - O Sonho e A Vida. Surpreendente. Já vi várias obras de Chagall,mas nunca em um número tão grande ao mesmo tempo. Obras de coleções particulares, como as 105 gravuras sobre passagens da Bíblia, particularmente retratando o Velho Testamento. As gravuras são lindíssimas. Também me chamou a atenção a série de gravuras baseadas no romance Dafne e Cloé. A paleta de cores que Chagall usa é impressionante. Para esta série de gravuras, o pintor desenvolveu um método que utilizava uma pedra para cada tonalidade de cor. Foram feitas 25 pedras diferentes como matrizes, significando que para concluir uma gravura foram necessárias 25 impressões (informações do folder e nas paredes da exposição). Não bastassem as obras de Chagall, a exposição ainda faz um paralelo das obras do pintor com obras de artistas brasileiros, como Cícero Dias, Ismael Nery e Tomás Santa Rosa. Também há gravuras de outro pintor contemporâneo de Chagall, Lasar Segall.





Depois desta maratorna de telas e gravuras de Chagall, foi a vez de verificar a outra exposição do local: Rodin - Do Ateliê Ao Museu - Fotografias e Esculturas. Há mais fotos do que esculturas e a sala estava muito gelada. Mesmo assim, sempre é bom ver ou rever as obras deste mestre da escultura mundial. Não podia faltar O Beijo na exposição.
No espaço, há um simpático café, sempre cheio. Também estão sendo vendidos, a R$100,00 cada um, os catálogos das duas exposições, que fazem parte das comemorações do Ano da França no Brasil. Depois de pouco mais de uma hora no local, pegamos o ônibus de volta para a Praça da Liberdade, satisfeitos com o que vimos.



Fico muito feliz em ver Belo Horizonte e arredores com tantos espaços culturais interessantes e importantes, surgidos no início deste século XXI. Além da Casa Fiat de Cultura, cito o Centro de Arte Contemporânea Inhotim, o Museu de Artes e Ofícios na Praça da Estação, o Museu Inimá de Paula na esquina de Rua da Bahia com Avenida Álvares Cabral e os vindouros centros culturais do SESC (extinto Cine Palladium) e onde era o Cine Brasil, em plena Praça Sete. Além, é claro, de todo o complexo cultural em torno da Praça da Liberdade: Espaço do Conhecimento, Museu de Minas e Metais, Museu Memória de Minas, Centro de Arte Popular e Centro Cultural Banco do Brasil. Fora que o Museu Mineiro, a Biblioteca Pública, o Arquivo Mineiro e o Palácio da Liberdade, estruturas já em funcionamento há muito tempo, também se integrarão a este complexo cultural, já com a alcunha de o maior do Brasil. Adorei e isto só me faz querer voltar a morar em BH.

A VOLTA À NORMALIDADE


Noite mal dormida, devido ao incômodo, já previsto, pela retirada do cateter. De qualquer forma, foi um alívio e estou me sentindo bem melhor. Já volto para a normalidade do dia a dia, planejando assistir algumas peças da décima edição do Cena Contemporânea, festival internacional de teatro que está acontecendo em Brasília desde o último dia 02 de setembro e prossegue até 13 de setembro. Já perdi peças incríveis, como Rainhas, mas a saúde vem em primeiro lugar. Vou começar a ver as peças a partir de segunda-feira, 07 de setembro, já que resolvi viajar para Belo Horizonte com minha mãe. Afinal ela ficou comigo nestes 11 dias entre a cirurgia e a recuperação. Vou aproveitar e conhecer a Casa Fiat de Cultura e as mostras dedicadas a Marc Chagall e Rodin que lá estão. Também acompanharei minha mãe neste domingo na apresentação do Grupo Corpo, no Palácio das Artes.

E volto à dieta dos pontos já nesta segunda-feira, pois quero estar com um peso melhor para a viagem ao Canadá no início de outubro.

Saímos no final da manhã rumo ao aeroporto de Brasília. Aeroporto lotado, mas como minha mãe tem check in preferencial, logo estávamos com nossos cartões de embarque. Não houve atrasos e o voo saiu na hora marcada. Em Confins, aeroporto também lotado, com longa espera das bagagens. Meu irmão foi nos buscar e chegando em casa almoçamos o que meu pai havia preparada.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

ENFIM, RETIREI O CATETER

Acordei cedo e logo fui ver mais um filme da série da revista Bravo! 100 Filmes Essenciais, desta feita o classificado no décimo quinto lugar: 2001 - Uma Odisseia no Espaço (2001: A Space Odissey), de Stanley Kubrick, produção dos Estados Unidos e Inglaterra de 1968. Pela primeira vez, vi este filme com ânimo e gostei no final. Nas vezes anteriores em que assisti, estava sempre cansado e achava meio monótono. Agora não foi assim, embora longo, não achei cansativo e gostei muito desta ficção científica que revolucionou o gênero. Vários filmes que vieram depois se inspiraram nitidamente nas cenas do espaço e das naves espaciais feitas por Kubrick.

Logo após o almoço, preparado por mãe, fiquei lendo algumas revistas e os jornais do dia. Confesso que à medida em que se aproximava das 18 horas, ficava mais tenso. Isto porque resolvi tirar o cateter no próprio consultório médico, sem necessidade de internação e, portanto, sem sedativo. Pois bem, na hora marcada, já estava no consultório e tudo foi muito rápido e indolor. Apenas o incômodo da retirada, afinal é pela uretra que o cateter é extraído.
Para comemorar, uma pizza. Pedimos pelo telefone, Domino's Pizza, pois não dá para sair nesta noite.

Após o jantar, resolvi ver mais um filme. Desta feita, o de número 14: O Mensageiro do Diabo (The Night of The Hunter), de Charles Laughton, produção americana de 1955, com Robert Mitchum e Shelley Winters. Simplesmente horrível. Detestei o roteiro, as performances do elenco infantil e o cenário, totalmente fake. Há uma cena com uma coruja e fica visível que a ave está com uma corda amarrada no pescoço e esta corda é puxada para ela voar. Lastimável.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O ASTRO

O ônibus parou na rodoviária da cidade. Rodoviária simples, apenas com duas plataformas para os ônibus estacionarem. Desceram do veículo apenas três pessoas. Uma mulher idosa, cujo marido a esperava na plataforma e dois jovens totalmente cobertos de tatuagem, alargadores de lóbulos enormes nas orelhas, piercing nas sombrancelhas, unhas pintadas de negro e cabelo com muito gel. Chicão ficou espantado e sua mulher dizia que os dois vieram da capital, só conversando em uma língua estranha. O casal de idosos se benzeu e saiu da rodoviária. Os dois jovens esperaram as malas e Nick, o que parecia mais jovem, perguntou ao motorista do ônibus onde poderiam se hospedar. Miguel, o motorista, disse que naquela cidade minúscula não havia hotel. Apenas uma pensão do outro lado da linha de trem. Ele perguntou onde era a linha de trem. Miguel só apontou para frente. A linha férrea passava a poucos metros da rodoviária. Nick chamou Peter e atravessaram a linha. Do outro lado ficava a estação, aparentemente abandonada e, imediatamente atrás, a tal pensão indicada por Miguel. Algumas crianças que brincavam nas proximidades da estação pararam para ver os dois tatuados caminharem rumo à casa de Dona Quinha. Eles viram apenas uma pequena tabuleta com os dizeres "Pensão D. Quinha" escrito com uma letra bem infantil na cor vermelha. Procuraram a campainha e não encontraram. Bateram palmas e um cão latiu em seguida. Uma senhora com o rosto parecendo um maracujá maduro, bem enrugado, de lenço encardido na cabeça, os recebeu. Nick perguntou se havia quarto disponível. Ela perguntou para quantas noites. Eles disseram que ficariam cinco noites. Ela pediu pagamento adiantado. Cem reais. Eles riram e pagaram logo. Colocaram as malas no pequeno quarto sem banheiro e saíram. Ficaram procurando um local adequado para o que queriam. A cidade era pequena, apenas uma via principal, atrás da rodoviária, onde ficava a igreja, o templo evangélico, o mercadinho, a farmácia, o posto de saúde e a prefeitura, além de dois bares bem rústicos. Parecia que tudo na cidade acontecia naquela espaço. Nick e Peter percorreram toda a cidade e não gostaram do que viram. Não havia nenhum local para a chegada do astro. Voltaram para a pensão e pediram almoço. Dona Quinha os acomodou numa grande mesa de madeira que outrora servia refeições para os que desciam do trem a caminho da capital. O trem sempre parava na hora do almoço na estação da cidade. Da mesa, eles tinha uma visão parcial da linha férrea e de um túnel. Perguntaram a extensão do túnel e Dona Quinha respondeu que não sabia e que há mais de trinta anos o túnel estava desativado, pois o trem não passava mais ali. Eles acharam estranho e ela disse que um certo dia uns americanos desceram do trem com uns equipamentos engraçados e disseram que era perigoso o trem passar por ali. Tinha uma tal de radiação no túnel. As autoridades fecharam o túnel e o caminho do trem foi desviado para fora da cidade, bem longe dali. Realmente a impressão que eles tiveram de abandono da estação estava confirmada. Almoçaram e foram ver o túnel. Ficaram encantados com o que viram. No meio do túnel havia uma escada. Subiram e saíram no topo da construção. Um descampado incrível estava ali em cima. O local perfeito para construir a arena para a apresentação do astro. Foram até a pensão e tentaram fazer uma ligação do celular. Obviamente não conseguiram nenhum sinal. Procuraram um telefone público. O único disponível era na prefeitura. Foram para lá e por onde passavam eram a grande atração. Algumas crianças os seguiam. Ao telefone, conversaram alto, pois a ligação era ruim. Gritavam que o astro poderia se apresentar perfeitamente ali, que tinham encontrado o espaço. O pessoal que estava perto ouviu e logo se espalhou a notícia de que o astro se apresentaria na cidade. Eles gostaram do boato se alastrar rapidamente. À noite, o prefeito foi visitá-los na pensão e quis saber sobre o evento. Disseram que não podiam falar muito, mas o astro se apresentaria em cima do túnel. O prefeito se assustou e disse que era perigoso por causa da radiação. Eles não deram ouvidos. Em dois dias, vários caminhões chegaram na cidade e foram estacionando em cima da linha férrea, já que ela não servia para nada mesmo. Quando o prefeito exigiu explicações, lhe mostraram muitos dólares. Seus olhos brilharam e ofereceu a sua casa para o astro se hospedar. Nick e Peter disseram que era desnecessário. O astro não dormiria na cidade. Em mais três dias, uma verdadeira arena foi montada em cima do túnel, com uma longa escada para acesso às suas arquibancadas. Na cidade só se ouvia e falava da chegada do astro. As mulheres queriam ficar lindas para ver o astro. Algumas pediam aos maridos ou pais que comprassem uma máquina fotográfica na cidade mais próxima. A cidade vivia das transferências obrigatórias de fundos dos governos federal e estadual, além dos poucos servidores estaduais e municipais que ali trabalhavam. As famílias não tinham dinheiro para gastar com câmaras fotográficas. As mulheres tanto insistiram que o prefeito comprou duas máquinas para a prefeitura e fez um sorteio para que duas pessoas as usassem durante a passagem do astro no local. Passadas as cinco noites na pensão, Nick e Peter pagaram por mais três noites. Distribuíram cartazes na cidade chamando para a chegada do astro. Não havia nenhuma foto da grande atração nos cartazes, apenas grafismos e cores, além da chamada: "Terça-feira, 10 horas da manhã - Arena do Túnel". Alguns homens chegaram em outros caminhões e armaram vários instrumentos na arena: tripés para câmaras digitais, refletores, caixas de som, canhões de luz. Todos falavam na mesma língua de Peter e não se comunicavam com ninguém da cidade. Assim, a terça-feira chegou. Toda a cidade e mais algumas pessoas de lugarejos próximos foram para a arena. Os mais velhos estavam receosos por causa da radiação, mas a curiosidade falava mais alto. A arena ficou lotada. Os estrangeiros estavam todos acomodados perto da escada de acesso e os caminhões estavam estacionados bem embaixo, com os motores ligados. Um auto falante anunciou que o astro estava chegando e que todos ficassem de pé, colocassem os braços para cima e gritassem. A turba fazia exatamente o que o auto falante disseminava. Os estrangeiros estavam satisfeitos, miravam as câmaras digitais nas pessoas. Algumas mulheres estavam histéricas e foram focalizadas várias vezes. A multidão ficou de pé e começou a pular, a gritar: "Queremos o astro, queremos o astro". As estruturas da arena rangiam. Os estrangeiros se entreolhavam. Nick e Peter, ainda na pensão, pagaram o que ainda deviam e foram para a rodoviária. Não encontraram ninguém no caminho. O ônibus lá estava, pontual: 9:45 horas. Estava na hora do astro chegar. Nick e Peter entraram no ônibus e Miguel, o motorista, perguntou se não veriam o astro. Disseram que não havia nada para ver. Miguel olhou para eles e disse: "Vocês já estão acostumados, já viram o astro muitas vezes". Se sentou em sua cadeira, deu a partida e saiu conduzindo apenas os dois para a capital. Nick pensou em falar para Miguel que nunca tinha visto o astro, mas desistiu. Quando passaram no pórtico de entrada da cidade, viram um helicóptero no céu. O helicóptero sobrevoou a arena e o auto falante anunciou a chegada do astro. Ele chegara dos céus. A multidão olhou de uma só vez para cima. O helicóptero parado deixava cair uma chuva de papel prateado e pétalas de rosas amarelas e rosas. A multidão gritava cada vez mais. Não perceberam que os estrangeiros desceram as escadas, entraram nos caminhões e saíram dali. O auto falante continuava a anunciar o astro. Bolinhas de isopor começaram a cair e a multidão, em transe, gritava cada vez mais. Dentro dos caminhões, os estrangeiros riam e olhavam as cenas gravadas da multidão. Estavam satisfeitos com os resultados. Na arena, o helicóptero subiu um pouco mais. Uma corda com uma espécie de caixa começou a baixar. A multidão gritava pelo astro. A corda foi cortada, a caixa caiu no meio da arena. Nada saiu de dentro. O helicóptero se afastou e o auto falante se calou. A multidão esperava. O prefeito saiu correndo para dar as boas vindas para o astro e se aproximou da caixa. Nela estava escrito: "O ASTRO". Ele bateu e um barulho foi ouvido. Acenou para a multidão, que delira. Abriu a caixa e um porco com um balão a gás amarrado no pescoço saiu lá de dentro, guinchando muito. No balão, apenas a palavra "TROUXAS".